Ter
um diagnóstico de uma doença crônica não é tarefa fácil para ninguém. É uma
sobrevivência pela vida toda com seus altos e baixos.
Os
tratamentos são medicamentosos de longo prazo, controle rígido e visita a
diversos médicos, como psiquiatras, nutricionistas, psicólogos. Para ser bem
sucedido o paciente tem que aderir ao tratamento porque, sem seu empenho nada
vai para frente.
O
apoio da família é fundamental para que o tratamento seja eficaz, ajudando-o a
enfrentar seus momentos de desequilíbrio. Por isso, a recomendação do
psiquiatra, nesses casos, é manter-se informado a respeito
da doença e ler textos sobre o tema. Compartilhar o problema com outros
membros da família também pode ser uma saída.
O Transtorno
Bipolar (TB) foi identificado recentemente pela medicina, há cerca de 20
anos. Antes descrito como Psicose Maníaco Depressivo e hoje como Transtorno de
Humor Bipolar.
Caracteriza-se
pela perturbação no humor (modificações na forma de pensar, agir e sentir) de
uma pessoa, que oscila entre episódios de forte depressão e de euforia, também
chamada de mania. Ex:. Vive num ritmo acelerado, assumindo comportamentos
extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente, ou
então investindo em empreendimentos acreditando que renderão lucros
vertiginosos, ou envolvendo-se em experiências perigosas sem levar em conta o
mal que podem causar. Antes de tudo é preciso combater o medo, porque é ele que
aparece primeiro. E procurar apoio numa associação caso seja necessário: ABRATA
(Associação Brasileira de Transtornos Afetivos), essa associação congrega
familiares, amigos e portadores de transtorno do humor, tanto o da depressão
quanto o bipolar, e é importante na medida em que procura trocar informações e
fornecer elementos inclusive para os profissionais de saúde mental sobre a
natureza e tratamento adequado da doença.
Link para saber mais: www.abrata.com.br
A
Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) estima que 1,8 milhões de
brasileiros sejam portadores e a TB se apresentam de diferentes
formas. Não se sabe ainda suas causas, mas sabe-se que a doença é genética
e pode aparecer em crianças e adolescentes.
A
doença não tem cura, mas as pessoas melhoram, recebem altas e reassumem suas
atividades. Se não se expuseram demais e não ficaram estigmatizadas pelo
comportamento aberrante, serão acolhidas como alguém que teve um desequilíbrio
metabólico qualquer ou uma ausência provocada pela ingestão de drogas. Isso se
consegue com medicamentos (neurolépticos, antipsicóticos, estabilizadores do
humor) e a retirada de certas substâncias (cafeína, cocaína, anfetaminas) que
agravam o quadro. O risco de recaída ou de evoluir para depressão existe e é
preciso estar atento ao uso de medicamentos antidepressivos que, embora
eficazes, podem precipitar uma virada indesejável para a euforia ou acelerar a
frequência das crises.
Do
ponto de vista psicanalítico, trabalha-se com o conceito de Melancolia, e
teoriza-se a partir da concepção de uma dissociação da economia do Desejo e do
Gozo. Isto é, levado pelo Desejo, o sujeito confunde-se com o seu Ideal de Eu
durante os episódios maníacos e, durante os episódios depressivos, pelo Gozo,
reduz-se totalmente ao seu objeto. A Melancolia conceito utilizado nos
estudos psicanalíticos – consistiria numa “incapacidade de auto-imagem”, um
estado contínuo de acusação a si próprio, como se o Eu e o objeto não se
diferenciassem, tornando-se assim, o sujeito causador de toda a ruína do ser,
portanto, alvo inequívoco dessas acusações. Assim, a Mania emergiria como uma
defesa do Eu, a fim de sair dessa posição de ataque, tornando, assim, a
melancolia parte de um mesmo complexo, embora o Eu agora se confunda com o seu
Ideal de Eu. Superando a castração, condição que nos insere na impossibilidade
(Real), o sujeito viveria a sensação da onipotência: o Eu não pode ser culpado
do estado depressivo antes dado porque ele é idealizado pelo sujeito.
Para
a Psicanálise, a nosologia (classificação das diferentes patologias) utilizada
não é tão importante, uma vez que considera o sujeito como singular e, assim,
prioriza o discurso em detrimento dos sintomas.
♦ Sintomas e sinais do Transtorno Bipolar – Fase
Depressiva:-
Sentimentos de tristeza
ou pessimismo.
Tristeza, ansiedade ou sensação de vazio.
Sentimentos de culpa e falta de esperança, de confiança no valor de si mesmo.
Perda de interesse por atividades ou prazeres de que gostava, incluindo sexo.
Diminuição de energia, sentimentos de fatiga ou estar devagar.
Dificuldade de concentração, de lembrar e tomar decisões.
Agitação e irritabilidade.
Dormir demais ou não conseguir dormir.
Mudança no apetite e/ou aumento ou perda de peso.
Dor crônica ou outro sintoma persistente não causado por doenças físicas ou
acidentes.
Pensamentos de morte, suicídio ou tentativas de suicídio.
Um episódio
de depressão é diagnosticado se cinco ou mais destes sintomas durarem a maior
parte do dia, quase todos os dias, por períodos de duas semanas ou mais.
Um episódio moderado de mania é chamado de
hipomania, a pessoa pode sentir bem durante o episódio e ele pode ser associado
a um bom funcionamento e aumento na produtividade. Mesmo quando amigos e
familiares aprendem a reconhecer os sinais de mudança de humor como distúrbio
bipolar, o portador pode negar que algo esteja errado. Sem tratamento adequado,
hipomania pode se tornar mania severa em algumas pessoas ou mudar para
depressão.
Fase Maníaca:-
O
transtorno bipolar causa mudanças bruscas de humor, entre o “alto”
(high) onde a pessoa se sente confiante, com a sensação de invencibilidade,
poder, felicidade suprema e/ou irritabilidade, o que a faz mudar de maneira
rápida ou não, para a tristeza a falta de esperança e novamente a traz para o
alto, geralmente com períodos de normalidade entre estas fases. Os períodos de
alto e baixo são chamados de episódios de mania e depressão.
♦ Os sinais e sintomas
de mania (ou episódios maníacos) incluem:
Aumento de energia na produtividade e não necessidade de descanso.
Extrema irritabilidade.
Pensamentos extremamente rápidos e falar muito.
Distração - não consegue se concentrar.
Pouca necessidade de dormir.
Pensamentos não realísticos sobre habilidades e poder.
Julgamento pobre.
Gastar compulsivamente.
Longo período de comportamento diferente do habitual.
Aumento na atividade sexual.
Abuso de drogas, particularmente cocaína, álcool, e medicamentos para dormir.
Comportamento: provocativo, intrusivo e agressivo.
Negação de que algo esteja errado.
Um episódio de mania é
diagnosticado quando o estado alto de humor da pessoa ocorre com três ou mais
sintomas, a maior parte do dia, quase todos os dias por uma semana ou mais. Se
o humor (estado mental) é irritado, quatro sintomas adicionais devem estar
presentes.
♦ Como lidar com os
portadores de TB, caso tenha alguém da família ou mesmo seja um cuidador:
Apoie
seu paciente em momentos difíceis mantendo a medicação na dose certa e no
horário prescrito;
Seja
firme e tenha paciência. Isso porque o relacionamento com o paciente
em euforia pode ser desgastante;
Detecte
com seu ente querido (paciente) os primeiros sinais de uma recaída; se a
pessoa considerar como intromissão,
afirme que seu papel é auxiliá-lo;
Fale
com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;
Estabeleça
regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de
cheques e cartões de crédito em fase de mania;
Não
exija demais do paciente e não o superproteja; auxilie-o a fazer algumas
atividades, quando necessário;
Evite
demonstrar sinais de preconceito que favoreçam ao abandono do tratamento;
Aproveite
períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de
sentimentos normais de tristeza e alegria;
Participe
de terapias familiares em grupo, conjugal e orientações
psico educacionais.
Download
do livro digital “Guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar”
(uma publicação distribuída pelo Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo); o link para o download é o
que se segue:
http://www.abrata.org.br/new/folder.aspx
http://www.progruda.com/UserFiles/image/ImageBank/11779GuiaBipolar1808.pdf
Referências:
Chemama, R. Dicionário de
Psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
Zimerman, D. Manual de
técnica psicanalítica uma re-visão. Porto alegre: Artmed, 2004.
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Doença que compromete o lado físico e o afetivo da pessoa.
Caracterizado por abatimentos como tristeza, perda de interesse, alteração no apetite, falta de memoria, dor de cabeça, insonia, fadiga..etc..
É imprescindível um acompanhamento...