Questões de Concurso - Teorias e Técnicas de Psicologia
Psicologia

Questões de Concurso - Teorias e Técnicas de Psicologia


PSICÓLOGO -PREFEITURA SÃO LUÍZ 2008

Questão 34

Na Gestalt-terapia, Frederick Perls sugere a existência de quatro mecanismos neuróticos básicos (distúrbios de limites) que impedem o crescimento. São eles:

a) Projeção, fixação, condensação e retroflexão
b) Introjeção, projeção, confluência e retroflexão
c) Condensação, introjeção, projeção e confluência
d) Introjeção, condensação, confluência e fixação
e) Confluência, projeção, retroflexão e condensação

O neurótico, segundo Perls, é aquele indivíduo que permite que os limites sociais e ambientais penetrem profundamente dentro dele mesmo, fazendo com que essa pessoa procure exercer manobras defensivas para voltar ao equilíbrio do organismo e proteger o mesmo contra esse mundo invasor. Perls dizia que isso é a neurose. Essas manobras defensivas que a pessoa procura para defender-se do ambiente.
Perls sugere que existem quatro mecanismos neuróticos básicos, ou distúrbios de limites capazes de impedir o crescimento: introjeção, projeção, confluência e retroflexão.


 Curso de Gestalt Terapia
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/724/curso-de-gestalt-terapia/afiliado/5356

Introjeção
Introjeção ou "engolir tudo" é o mecanismo pelo qual os indivíduos incorporam padrões, atitudes e modos de agir e pensar que não são deles próprios e que não assimilam ou digerem o suficiente para torná-los seus. Um dos efeitos prejudiciais da introjeção é que os indivíduos introjetivos acham muito difícil distinguir entre o que realmente sentem e o que os outros querem que eles sintam, ou simplesmente o que os outros sentem.

Na introjeção esse material absorvido é composto de atitudes, conceitos, leis, normas, padrões de comportamento, princípios morais, valores; muitas vezes impostos à pessoa, ao self, já desde a sua infância. Os “você deve” começam bem cedo na vida. São acréscimos estranhos ou novos que são anexados à personalidade através desse mecanismo chamado de introjeção.
Se não houver discriminação ou assimilação, esses introjetos tornam-se um peso, são como corpos estranhos instalados na mente da pessoa.

Ainda segundo Perls (1988, p.48) apud Koller(2004), os perigos da introjeção são duplos. Em primeiro lugar, a pessoa que introjeta, sem discriminação ou assimilação, não desenvolve a sua própria personalidade porque está muito preocupada com os corpos estranhos alojados em seu sistema. Em segundo lugar, a introjeção contribui para a desintegração da personalidade.
De acordo com os Polster (2001, p.87), apud Koller(2004):
A pessoa que engoliu “sem mastigar” os valores de seus pais, de sua escola e de sua sociedade clama que a vida continue sendo como antes. Ela é um terreno fértil para a ansiedade e a defensividade quando o mundo a sua volta se transforma. Ela manipula sua própria energia de modo a apoiar os padrões introjetados

Projeção
 A projeção é a tendência de responsabilizar os outros pelo que se origina no self. Envolve um repúdio de seus próprios impulsos, desejos e comportamentos, colocando fora o que pertence ao self.
O projetor neurótico evita a frustração da emoção negando que esta seja sua, vinculando-a com alguma outra pessoa
Existem sinais de projeção quando: - o foco está no outro, não existindo responsabilidade pessoal; - existem queixas referentes ou em relação ao meio; - se busca justificativa na posição de vítima das situações; - a ação é sempre esperada do meio; - a negatividade está presente e às vezes em desacordo com as evidências; - o uso repetitivo dos pronomes Tu –Eles, você, no lugar do Eu; - o mundo inteiro é permeado de fantasias.

Confluência
Na confluência, os indivíduos não experienciam nenhum limite entre eles mesmos e o meio ambiente. A confluência torna impossível um ritmo saudável de contato e de fuga, visto que tanto o primeiro quanto o segundo pressupõem um outro. Este mecanismo também impossibilita a tolerância das diferenças entre as pessoas, uma vez que os indivíduos que experienciam a confluência não podem aceitar um senso de limites e, portanto, a diferenciação entre si mesmo e as outras pessoas.
A confluência é a ausência do limite no contato com o meio. A pessoa segue a correnteza do campo comportamental (a realidade em si mais os significados dados pelo organismo) e deixa-se levar, submetendo-se a ela. Isso envolve pouco gasto de energia por escolha pessoal. É, também, a ausência da experiência da fronteira de contato, com falhas no processo de construção e destruição de gestalten.
Há situações em que a pessoa precisa submeter o seu estilo próprio para desempenhar um papel designado numa atividade em equipe (por exemplo: um time de futebol, um canto coral, um grupo de trabalho). Ela opta por integrar-se ao processo da equipe, com uma doação do eu para uma unidade mais ampla. Nesses casos difere da confluência porque o senso do eu mantém-se como figura. Mas, se perder o senso do eu, cedendo às exigências de concessões pessoais constantemente, poderá ser levada ao rompimento do contato e à confluência disfuncional.

Retroflexão
Significa voltar-se de forma ríspida contra. As pessoas retroflexoras voltam-se contra si mesmas e, ao invés de dirigir suas energias para mudança e manipulação de seu ambiente, dirigem essas energias para si próprios. Dividem-se e tornam-se sujeito e objeto de todas suas ações e passam a ser o alvo de seu comportamento.
O retroflexor faz consigo o que gostaria de fazer aos outros. Na verdade quando ele retroflexiona um comportamento, trata a si mesmo como originalmente quis tratar a outras pessoas ou objetos. Ao invés de dirigir suas energias para fora, para o meio, onde pode e deve satisfazer suas necessidades, redirige sua ação para dentro e se coloca no lugar do meio como alvo do comportamento.


Curso de Psicologia Clínica
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/cursos/167/curso-de-psicologia-clinica/afiliado/5356  

Referências:

KOLLER,B. C. A experiência de envelhecer na pespectiva da gestalt terapia(2004) Disponível em http://www.bvs-psi.org.br/espec/MonoBrunoKoller.pdf, acesso em 14 de outubro de 2008.





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