Aos Psicólogos: É uma honra!
Psicologia

Aos Psicólogos: É uma honra!


Hoje, 27/08 é o dia do Psicólogo! É, então, dia de parabenizar a todos que exercem a profissão com responsabilidade e a todos que pretendem fazê-lo! Gratidão a todos que contribuem social e cientificamente, indo além da mera reprodução da prática. Que não deixemos de respeitar os velhos conhecimentos, incorporando-os dentro dos novos contextos e das novas realidades que surgem, sem deixar de questiona-los e compartilhá-los de forma crítica.

São todos os diálogos – e dialéticas – que nos formam e nos transformam, que nos afetam – muito além de teorias  â€“ como sujeitos passados, presentes e futuros, (re)significando, todo santo dia, essa semente de paixão, saber e ética. Que esse dia e essa semana representem a nossa (des)construção! À nossa missão, a nossa honra e a nossa utopia!

Relembrando as palavras de Maria Rita Kehl no seu texto sobre O Compromisso Social da Psicologia, “Quero aqui fazer a defesa de uma formação inquietante e que ensine a perguntar. (...) Perguntar sempre coisas à realidade; perguntar sempre à teoria. Não podemos, como pessoas de formação denominada superior, nos satisfazermos com o óbvio. A ciência é um processo de pensamento que vai para além da aparência, do empírico, do visível. (...) Por tudo isso, defendemos uma formação em Psicologia que seja marcada pela ciência e pela pesquisa. Defendemos uma concepção de profissão que não se limita ao saber aplicar bem conhecimentos prontos (isso é uma formação técnica). Defendemos uma profissão como um exercício permanente de busca de explicações sobre a realidade. Precisamos entender que profissão não é apropriação de um saber; profissão é apropriação de um saber e de uma postura crítica que não permite a satisfação plena com o que se sabe.”

Que possamos superar todos os limites e barreiras advindos das mudanças, sem deixar de lado – nem por um momento – nossa ética e senso de justiça, pondo-nos, sempre que necessário, na contramão à sociedade capitalista, exclusiva e injusta em que ainda vivemos. Que nossa união e nossa paixão pela humanidade nos dê força para nos mantermos em luta, enquanto vivermos, pela garantia de inclusão social e direitos humanos; que possamos usar nossas habilidades técnicas desenvolvidas para elaborar intervenções com posturas investigativas, tornando-nos profissionais participativos e eticamente responsáveis perante a sociedade.

Que possamos também nos trabalhar internamente para sermos capazes de intervir humanamente no sofrimento alheio, sem misturar nossos conteúdos com os do Outro. Isso é ética. Tão básico quanto isso é que nosso dever de nos libertar de todos os nossos preconceitos, dissolve-los até que não mais julguemos, não mais mensuremos o que é certo e o que é errado, pois não somos juízes!

Que nunca nos esqueçamos que trabalhamos com a saúde, não com a moral. Que possamos, então - além das nossas dificuldades - ver além, tornando-nos capazes de compreender e acolher... Para que não menosprezemos o que para o outro é importante, mesmo que tudo em que ele acredite fira nossos princípios! Que possamos ser esse sujeito amoral, a disposição de outro, que tem suas próprias crenças, sua própria história, sua própria vida, seus próprios valores – diferentes ou não dos nossos; que essa diferença, para nós, se torne indiferente. Que nos habituemos, então, a ficar atentos para separar nossas verdades da verdade do outro. Isso é respeito.

Gostaria de encerrar expressando minha satisfação de ter a oportunidade, nessa vida, de poder estudar essa ciência tão linda e encantadora, que nos transforma e desconstrói a cada dia! Parabéns a todos que tem a honra de exercer na prática todo esse nosso compromisso social.

Por fim, deixo as palavras da mestre M. R. Kehl: “É preciso colocar a Psicologia a serviço da sociedade; é preciso colocar a Psicologia a serviços da construção de um mundo melhor, de condições de vida digna, de respeito aos direitos humanos e da construção de políticas públicas que possam oferecer Psicologia a quem dela tiver necessidade. É preciso trazer a Psicologia para fazer a leitura desta dimensão e contribuir com isto para a transformação da dura realidade desigual de nosso país.”

Texto: Isabela França

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*Compromisso Social da Psicologia
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