Na realidade a Personalidade Anti-Social pode ser considerada, por alguns autores, como sinônimo da Sociopatia. Entretanto, prefiro discorrê-la separadamente. Isso facilitaria uma maior compreensão conceitual e a possibilidade do Transtorno Anti-social ser algo mais ameno que a Sociopatia, embora da mesma famÃlia. Veja a Personalidade Anti-Social nos Transtornos da Linhagem Sociopática da Personalidade.
Segundo o CID.10, Personalidade Anti-Social é um Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os outros. Haveria um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas, sendo que esse comportamento não seria modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas correções e punições.
categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto, ou séria violação de regras.
Por tudo isso, os indivÃduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social também tendem a ser consistente e extremamente irresponsáveis. O comportamento laboral irresponsável pode ser indicado por perÃodos significativos de desemprego apesar de oportunidades disponÃveis, ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista de conseguir outra colocação. Pode também haver um padrão de faltas repetidas ao trabalho, não explicadas por doença própria ou na famÃlia. A irresponsabilidade financeira é indicada por atos tais como inadimplência e deixar regularmente de prover o sustento dos filhos ou de outros dependentes.
Os indivÃduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social demonstram pouco remorso pelas conseqüências de seus atos. Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para terem ferido, maltratado ou roubado alguém. Esses indivÃduos podem culpar suas vÃtimas por serem tolas, impotentes ou por terem o destino que merecem; podem minimizar as conseqüências danosas de suas ações, ou simplesmente demonstrar completa indiferença. Estes indivÃduos em geral não procuram compensar ou emendar sua conduta. Eles podem acreditar que todo mundo está aà para "ajudar o número um" e que não se deve respeitar nada nem ninguém, para não ser dominado.
Devido ao fato de não demonstrarem sintomas de outras doença mental qualquer, na década de 60 o movimento norte-americano chamado Anti-psiquiatria recomendou que os sociopatas fossem excluÃdos das classificações psiquiátricas. Dizia-se, na época, que a alteração do sociopata era de natureza moral e ética e, para problemas éticos, as soluções tinham que ser éticas (cadeia), não médicas.A teatralidade e manipulação social dos sociopatas é tão convincente que poucas pessoas, após algum contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu lado negro, mau e perverso. Esses atributos os sociopatas são capazes de esconder durante toda vida. VÃtimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte. Como a psiquiatria não tem uma avaliação unicamente binária da situação, como a obstetrÃcia que considera as grávidas e não grávidas, a sociopatia tem vários graus, desde simplesmente os socialmente perniciosos, passando pelas personalidade odiosas, até criminosos brutais do tipo "Silêncio dos Inocentes". Muitas personalidades conhecidas no campo da polÃtica, da polÃcia, das finanças e das empresas podem portar o caráter sociopático. Felizmente, apenas uma parte dos sociopatas se transforma em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Parece haver um amplo consenso entre os psiquiatras que a sociopatia é intratável. A escala de valores do sociopata é tão precária (ou inexistente) que eles próprios sociopatas se consideram predadores sociais, e geralmente sentem expressivo orgulhosos disto. Normalmente eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo explÃcito das pessoas comuns. Eles costumam dissimular perfeitamente a intenção agressiva e violenta, normalmente atendo-se à intimidade doméstica ou agindo sorrateiramente. Trata-se, de fato, de uma agressão predatória, comumente acompanhada por excitação mÃnima do sistema Nervoso Autônomo (são frios) bem planejadas, intencionais e pouco emocionais.
O diagnóstico da sociopatia pode ser feito ainda na infância ou adolescência. Inicialmente ela começa com delinqüência infanto-juvenil. No DSM.IV a sociopatia da infância e adolescência é classificado como Transtorno do Comportamento Disruptivo, no subtipo Transtorno da Conduta. Na CID-10 também aparece com o nome Transtornos de Conduta e está subdivididos nos seguintes tipos:
1- Transtorno de conduta restrito ao contexto familiar;
2- Transtorno de conduta não-socializado;
3- Transtorno de conduta socializado;
4- Transtorno desafiador de oposição;
5- outros e não especificado
A caracterÃstica essencial do Transtorno da Conduta é um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade.
O DSM-IV também subdivide o Transtorno de Conduta em alguns tipos principais:- a conduta agressiva, aquela capaz de causar ou mesmo ameaçar danos fÃsicos a outras pessoas ou a animais;
- a conduta não-agressiva, causadora de perdas ou danos a propriedades e;
- a defraudação ou furto que reflete sérias violações de regras.
O padrão delinqüencial de comportamento costuma estar presente em varias circunstâncias, tais como em casa, na escola ou comunidade e as informações necessárias à anamnése devem ser colhidas com familiares ou outros informantes, tendo em vista o fato desses indivÃduos tenderem a minimizar seus problemas de conduta. Esses pacientes infantis ou adolescentes costumam exibir um comportamento de provocação, ameaça ou intimidação, traduzindo um comportamento agressivo e reações também agressivas aos outros.
Não é raro que eles provoquem lutas corporais, usem alguma arma capaz de causar sério dano fÃsico (desde pedra, canivete, pedaços de pau até armas de fogo).Outra caracterÃstica dos delinqüentes é a capacidade de serem fisicamente cruéis com pessoas ou animais, de roubarem e de forçarem alguém a manter atividade sexual consigo. Desta forma, quando adolescentes, a violência fÃsica pode assumir a forma de estupro, agressão ou, em certos casos, até de homicÃdio. A destruição deliberada da propriedade alheia também é um aspecto caracterÃstico do Transtorno de Conduta, assim como o incendiarismo, a depredação, a quebra de vidros de automóveis e o vandalismo. Mentir ou romper promessas para obter vantagens ou complacência do ambiente ou para evitar débitos ou obrigações também é freqüente.O Transtorno de Conduta (que é o sociopata infantil) freqüentemente se inicia antes dos 13 anos e muitos pacientes começam o quadro permanecendo fora de casa até tarde da noite, apesar de proibições dos pais, fugindo de casa durante a noite ou outros tipos de desobediência à s normas, sejam elas domésticas ou escolares. O DSM-IV é cauteloso quanto à s fugas, não considerando para diagnóstico os episódios de fuga que ocorrem como conseqüência direta de abuso fÃsico ou sexual contra o paciente.Alguns autores preferem a denominação de Delinqüência para o Transtorno de Conduta, muito sugestiva, apesar de pouco honrosa. As condutas provenientes deste transtorno são normalmente mais graves que as travessuras comuns das crianças e adolescentes. Legalmente o termo "delinqüência" refere-se à transgressão das leis normativas de um determinado lugar por pessoa abaixo de determinada idade definida (16, 18 ou 21 anos). O mesmo ato praticado depois desta idade denomina-se crime. Percebe-se então, que o termo "delinqüência" pode não completar a idéia atrelada aos Transtornos de Conduta, já que muitos atos praticados têm apenas um caráter ético, não jurÃdico.A CID-10 caracteriza os Transtornos de Conduta por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora. Para o diagnóstico devemos levar em conta a época do desenvolvimento da criança. Crises de birra, por exemplo, são comuns até aos 3 anos e não devem servir de base para este diagnóstico. Como exemplos de comportamentos válidos para o diagnóstico temos o seguinte:- nÃveis excessivos de brigas;
- crueldade com animais;
- mentiras repetidas;
- destruição de propriedades;
- comportamento desafiador e;
- desobediência persistente.
Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e conseqüentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.Os critérios para diagnósticos do Transtorno de Conduta infanto-juvenil do DSM-IV são os seguintes:A. Um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade, manifestado pela presença de três (ou mais) dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, com pelo menos um critério presente nos últimos 6 meses:
AGRESSÃO A PESSOAS E ANIMAIS(1) freqüentemente provoca, ameaça ou intimida outros
(2) freqüentemente inicia lutas corporais
(3) utilizou uma arma capaz de causar sério dano fÃsico a outros (por ex., bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de fogo)
(4) foi fisicamente cruel com pessoas
(5) foi fisicamente cruel com animais
(6) roubou com confronto com a vÃtima (por ex., bater carteira, arrancar bolsa, extorsão, assalto à mão armada)
(7) forçou alguém a ter atividade sexual consigo
DESTRUIÇÃO DE PROPRIEDADE(8) envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com a intenção de causar sérios danos
(9) destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocação de incêndio)
Defraudação ou furto
(10) arrombou residência, prédio ou automóvel alheios
(11) mente com freqüência para obter bens ou favores ou para evitar obrigações legais (isto é, ludibria outras pessoas)
(12) roubou objetos de valor sem confronto com a vÃtima (por ex., furto em lojas, mas sem arrombar e invadir; falsificação)
SÉRIAS VIOLAÇÕES DE REGRAS
(13) freqüentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade
(14) fugiu de casa à noite pelo menos duas vezes, enquanto vivia na casa dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso perÃodo)
(15) freqüentemente gazeteia à escola, iniciando antes dos 13 anos de idade
B. A perturbação no comportamento causa prejuÃzo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
C. Se o indivÃduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para o Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Quanto a gravidade o Transtorno de Conduta pode ser:
1 - Leve: poucos problemas de conduta, se existem, além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico e os problemas de conduta causam apenas um dano pequeno a outros.
2 - Moderado: número de problemas de conduta e efeito sobre outros são intermediários, entre "leve" e "severo".
3 - Severo: muitos problemas de conduta além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico ou problemas de conduta que causam dano considerável a outros.
TRANSTORNOS DE CONDUTA
O Transtorno de Conduta, tÃpico de crianças, adolescentes e jovens, se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora, por no mÃnimo seis meses (CID10). Esse transtorno, quando em seu maior extremo, produz violações importantes das expectativas sociais apropriadas à idade do indivÃduo e, portanto, é mais grave que as tradicionais travessuras infantis ou rebeldia normal de um adolescente.
O Transtorno de Conduta parece preocupar mais os outros do que a própria criança que sofre da perturbação e, nestes, são comuns o uso regular do fumo, bebidas alcoólicas ou drogas e comportamento sexual precoce.
O portador do Transtorno de Conduta pode não ter consideração pelos sentimentos, desejos e bem estar dos outros, demonstrando isso através de comportamento insensÃvel, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso. Na realidade, conceitualmente, devemos ter em mente que o Transtorno de Conduta é o correspondente infantil daquilo que aprendemos como sociopatia ou Transtorno Anti-Social.
Os pacientes com esse transtorno podem viver acusando seus companheiros, tentando culpá-los por suas ações. A auto-estima está usualmente baixa, embora a pessoa possa projetar uma imagem de dureza. Pouca tolerância à frustração, irritabilidade, explosões temperamentais e negligência provocativa são também caracterÃsticas freqüentes. Outros sintomas de ansiedade e depressão, além da redução da auto-estima, são comuns e podem justificar o diagnóstico adicional desses estados. Anteriormente, antes dessa febre demagógica do politicamente correto, essas crianças e adolescentes eram diagnosticados como Delinqüentes.
O Transtorno de Conduta tem importância clÃnica, devido ao grande número de encaminhamentos psiquiátricos, intercorrências judiciais, policiais e sociais motivados por comportamentos anti-sociais e agressivos. Normalmente o comportamento anti-social da infância costuma ser precursor de comportamento anti-social no adulto. É incomum encontrar comportamento anti-social adulto na ausência de uma história de transtorno semelhante ou delinqüência na infância. A não diminuição destes comportamentos problemáticos à medida em que o tempo passa tem sido visto como um mau prognóstico para a socialização adulta normal.
Embora algum comportamento delinqüencial e rebelde seja relativamente comum durante a adolescência, trata-se de um modismo ou ocorrência própria da faixa etária. Felizmente, apenas um pequeno percentual desses jovens se tornará infrator crônico depois de adulto.
Para o diagnóstico do Transtorno de Conduta, recomenda-se a ocorrência persistente e repetitiva de um número variável das caracterÃsticas abaixo:
- Roubo sem confrontação com a vÃtima em mais de uma ocasião (incluindo falsificação).
- Fuga de casa durante a noite, pelo menos duas vezes enquanto vivendo na casa dos pais (ou em um lar adotivo) ou uma vez sem retornar.
- Mentira freqüente (por motivo que não para evitar abuso fÃsico ou sexual).
- Envolvimento deliberadamente em provocações de incêndio.
- Gazetas freqüentemente na escola (para pessoa mais velha, ausência ao trabalho).
- Violação de casa, edifÃcio ou carro de uma outra pessoa.
- Destruição deliberadamente de propriedade alheia (que não por provocação de incêndio).
- Crueldade fisica com animais.
- Forçar alguma atividade sexual com ele ou ela.
- Uso de arma em mais de uma briga.
- Freqüentemente inicia lutas fÃsicas.
- Roubo com confrontação da vÃtima (por exemplo: assalto, roubo de carteira, extorsão, roubo à mão armada).
- Crueldade fÃsica com pessoas.
Quanto a classificação do grau de gravidade os critérios são:Leve - poucos ou nenhum problema de conduta a mais daqueles exigidos para o diagnóstico, e os problemas de conduta apenas causam pequenos danos aos outros.
Moderado - número de problemas de conduta e efeito nos outros, intermediário entre leve e grave.
Grave - Os problemas de conduta causam danos consideráveis a outros, p.ex.: graves lesões corporais à s vÃtimas, amplo vandalismo ou roubo, ausência prolongada de casa.
Existem estudos que mostram evidências de que certos tipos de violência episódica podem estar associados à alguns transtornos do sistema nervoso central. Muitos jovens seriamente perturbados podem revelar alterações disrÃtmicas do sistema nervoso central. Uma das ocorrências co-mórbidas ao Transtorno de Conduta mais comumente encontradas é a chamada Hiperatividade com Déficit de Atenção.
O quadro de Transtorno de Conduta tem sido considerado de mau prognóstico, tendo em vista não haver tratamento efetivo especifico para ele.
EPISÓDIO MANÃACOUm Episódio ManÃaco é uma das fases do Transtorno Afetivo Bipolar, durante a qual existe um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável. A perturbação do humor deve ser acompanhada por pelo menos três sintomas adicionais de uma lista que inclui:
- auto-estima inflada ou grandiosidade
- necessidade de sono diminuÃda,
- pressão por falar
- fuga de idéias
- distratibilidade
- maior envolvimento em atividades
- agitação psicomotora
- envolvimento excessivo em atividades prazerosas
O humor no Episódio ManÃaco pode ser irritável, ao invés de elevado ou expansivo. Essa perturbação afetiva costuma ser suficientemente severa para causar prejuÃzo acentuado no funcionamento social ou ocupacional ou para exigir a hospitalização, ou é marcada pela presença de aspectos psicóticos.
O Episódio ManÃaco não deve decorrer dos efeitos fisiológicos diretos de uma droga de abuso, como por exemplo a cocaÃma, álcool ou maconha, de um medicamento, como por exemplo os redutores do apetite ou outros tratamentos somáticos para a depressão. O humor elevado de um Episódio ManÃaco pode ser descrito como eufórico, incomumente bom, alegre ou excitado. A qualidade expansiva do humor é caracterizada por entusiasmo incessante e indiscriminado por interações interpessoais, sexuais ou profissionais. Embora esse humor elevado seja considerado o sintoma prototÃpico, a perturbação predominante do humor pode ser irritabilidade, particularmente quando os desejos da pessoa são frustrados. Aà é que entra o potencial agressivo e violento do manÃaco.
A auto-estima inflada tipicamente está presente, indo desde uma autoconfiança sem crÃtica até uma acentuada grandiosidade que pode alcançar proporções delirantes. Os delÃrios grandiosos no Episódio ManÃaco são comuns, como por exemplo, ter um relacionamento especial com Deus ou com alguma figura pública do mundo polÃtico, religioso ou artÃstico).
A fala manÃaca é tipicamente pressionada, alta, rápida e difÃcil de interromper. Esses pacientes podem falar ininterruptamente, à s vezes por horas a fio, sem consideração para com o desejo de comunicação de outras pessoas. A fala por vezes se caracteriza por trocadilhos, piadas e bobagens divertidas. O indivÃduo pode tornar-se teatral, apresentando maneirismos dramáticos e cantando. Os sons podem governar a escolha de palavras mais do que os nexos contextuais significativos (reverberação). Se o humor da pessoa for mais irritável do que expansivo, a fala pode ser marcada por queixas, comentários hostis ou tiradas coléricas.
O aumento da atividade dirigida a objetivos freqüentemente envolve excessivo planejamento e participação de múltiplas atividades, como por exemplo, atividades sexuais, profissionais, polÃticas e religiosas. Um aumento do impulso, fantasias e comportamento sexual em geral está presente. A pessoa pode assumir simultaneamente múltiplos novos empreendimentos profissionais, sem levar em consideração possÃveis riscos ou a necessidade de completar cada uma dessas investidas a contento.
Expansividade, otimismo injustificado, grandiosidade e fraco julgamento freqüentemente levam o paciente com Episódio ManÃaco envolver-se imprudentemente em atividades prazerosas tais como surtos de compras, direção imprudente, investimentos financeiros tolos e comportamento sexual incomum para a pessoa, apesar das possÃveis conseqüências dolorosas destas atividades.
O comprometimento resultante da perturbação pode ser suficientemente severo para causar acentuado prejuÃzo no funcionamento ou para exigir a hospitalização, com o fim de proteger o indivÃduo das conseqüências negativas das ações resultantes do fraco julgamento. Essas conseqüências envolvem perdas financeiras, atividades ilegais, perda do emprego e, inclusive, comportamento agressivo.
TRANSTORNO PSICÓTICO (e violência)Um dos sintomas mais exuberante e caracterÃstico dos Transtornos Psicóticos é o DelÃrio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo caracterÃstico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranóide ou Esquizóide da Personalidade.
Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capÃtulo dos Transtornos de Psicóticos.
Um dos sintomas mais exuberante e caracterÃstico dos Transtornos Psicóticos é o DelÃrio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo caracterÃstico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranóide ou Esquizóide da Personalidade. Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capÃtulo dos Transtornos de Psicóticos.
Os delÃrios nas Psicoses são normalmente de cunho persecutório (de perseguição), ou seja, giram em torno de uma temática de prejuÃzo, perseguição e referência à pessoa do paciente, são também sistematizados e bem organizados. A idéia de referência do paranóide diz respeito à crença de que o mundo e os acontecimentos têm-no como um ponto de referência, ou seja, ele é observado, ele é perseguido por complôs misteriosos, ele é predestinado a executar um plano de salvação da humanidade, ele detém a capacidade de percepção extra-sensorial, ele é o mais prejudicado, etc.
Desta forma, o paciente edifica sua realidade particular e assume neste seu mundo uma posição central servindo de referência aos eventos que se sucedem, como se seu Ego sofresse uma gigantesca hipertrofia.
As manifestações de agressividade do paciente paranóide, ainda que incomuns, têm para ele um caráter eminentemente defensivo, contra um sistema que deseja prejudicá-lo, influir sobre ele, roubar seu pensamento, matá-lo através de influências estranhas. Pode haver a sensação de que algo suga suas idéias, bombardeia seus pensamentos com irradiações mágicas ou torna-o vulnerável à espÃritos safadinhos.
Como exemplo de agressividade na Psicose, pode-se citar um paciente o qual, mediante seu delÃrio, sentia-se muito perseguido e prejudicado pelo seu vizinho. Este, segundo o delÃrio, durante o dia tinha uma corporeidade normal como qualquer pessoa mas, Ã noite, tomado por um poder sobrenatural, assumia uma forma quase imaterial para poder entrar na casa do paciente por debaixo da porta ou qualquer outro orifÃcio.
Neste estado fluido o vizinho entrava em sua casa e se dirigia ao quarto onde o paciente dormia com sua esposa.
Uma vez no quarto, o vizinho reassumia sua forma material e mantinha relações sexuais com a esposa do paciente enquanto ela dormia. Além disso, durante o dia, este mesmo vizinho influÃa na mente do paciente através de uma espécie de telepatia e, desta forma, descrevia mentalmente ao paciente todos os detalhes eróticos do relacionamento com sua esposa na noite anterior.
Tendo em vista esta tramóia toda, o paciente começou a perceber que todos os moradores da rua já estavam sabendo das peripécias noturnas do seu vizinho e, conforme transitava pelas imediações, percebia os cochichos pouco lisonjeiros da vizinhança a seu respeito.
A mansidão conjugal e apatia de marido traÃdo era pouco tolerada pelos valores culturais de seu meio, despertando no ambiente social à sua volta uma grande animosidade e, conseqüentemente, por onde passava ouvia vozes lhe dizendo: "temos que matar o corno manso". Por causa disso a vizinhança, lideradas pelo vizinho, estava planejando envenená-lo. Caso eles conseguissem matá-lo, aà sim seu vizinho ficaria "numa boa". Portanto, o paciente antecipa-se e agride o vizinho com um machado.
Vê-se aà um delÃrio tipicamente sistematizado, de cunho francamente persecutório e de referência, próprios da esquizofrenia paranóide o qual gerou agressividade entretanto, mais como uma atitude defensiva que ofensiva.
Fonte: Ballone GJ - Violência e Personalidade - www.psiqweb.med.br
Postado por: Ana Cláudia Foelkel
CRP 06/86466
Psicóloga ClÃnica e Organizacional
Consultoria R&S e T&D
(11)97273-3448
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