Um Pensador no Divã + Exercícios Filosóficos
Psicologia

Um Pensador no Divã + Exercícios Filosóficos


Para finalmente encerrar essa série de Filosofia Pop: Um Pensador no Divã + Exercícios Filósoficos.

Um Pensador no Divã

Emrys Westacott, autor de Thinking Through Philosophy (Pensando Através da Filosofia, sem edição brasileira), fala sobre a popularização da disciplina e o quanto ela pode tomar espaço da psicologia.


*A filosofia pode ser pop sem ser rasa?
Westacott: Existem muitas pessoas tentando deixar a filosofia mais acessível. Algumas seguem a linha da ficção como Jostein Gaarder em O Mundo de Sofia. Outros relacionam a disciplina a temas de cultura popular, como Gregory Bassham com Harry Potter e a Filosofia e Willian Irwin com Os Simpsons e a Filosofia. Por fim, existem aqueles autores mais influentes, como Alain de Botton, que escrevem para o grande público. São esses os mais interessantes, pois respeitam os filósofos que abordam e vão além de resumir textos antigos. Eles traduzem e atualizam conceitos, mostram como eles são importantes para nós hoje.

*A terapia filosófica pode substituir a psicologia?
Westacott: Substituir, não, complementar. As conversas com base em fundamentos filosóficos ajudam as pessoas a mudar radicalmente a forma de pensar na vida e na dimensão de seus próprios problemas. Depois de algumas sessões, podemos retomar o rumo, repensar prioridades. Esse é o principal objetivo da filosofia antiga. O resgate dessa tradição, na forma de terapia, é muito oportuno.

*Que livro você indicaria para quem nunca leu sobre filosofia?
Westacott: Sempre recomendo A Ciência Gaia, de Nietzsche. É lindo e muito inspirador. Em frases curtas, apresenta insights sobre a moral, a arte, as guerras e a política.

Exercícios Filosóficos
O francês Roger-Pol Droit, autor de Filosofia em Cinco Lições, entre outros títulos de popularização da filosofia, ensina atividades rápidas para você refletir sobre a vida.

1. O mundo em 20 minutos:
Sente-se em um sofá e imagine o seguinte: o mundo acabou de surgir e vai desaparecer em exatos 20 minutos. Admire sua existência, como se fosse uma lâmpada se apagando lentamente. Você vai sentir um profundo terror. E vai perceber a inutilidade de fazer planos demais para o futuro. O que vale é viver o presente - intensamente.

2. A dor de cada um:
Belisque seu braço. Depois de novo. E uma terceira vez, agora por mais tempo. Pense no que você está sentindo enquanto isso. Preste atenção na sensação de dor e na forma como ela evolui: primeiro mais forte, depois moderada. Perceba sua capacidade de se acostumar a situações desconfortáveis. Você verá que nada é tão ruim assim.

3. No meio da multidão:
Passeie pelo perfil virtual de pessoas que você não conhece. Faça isso até se dar conta de que existe muita gente no mundo. O objetivo é perceber o quanto você é insignificante no conjunto da humanidade. Assim, você pode viver mais leve, sem levar tudo tão a sério.

4. Realidade moldada:
Sente-se diante de uma paisagem e comece a olhar para ela. Não procure por detalhes, não foque em nada, apenas admire o conjunto, até que ele pareça bidimensional, como uma pintura. Imagine que ela está se desmanchando diante de seus olhos. Pronto: você percebeu o quanto a realidade é relativa e que não vale a pena ser radical na vida.

* Filosofia POP
* Dieta, por Epicuro
* Impopularidade, por Sócrates
* Amor, por Schopenhauer
* Trabalho, por Montaigne
* Morte, por Platão
* Fracasso, por Sêneca
* Excesso de Informação, por Nietzsche

Fonte: Revista Galileu, Abril 2012 Nº 249  



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