Transtorno Dissociativo de Personalidade - "Dupla Personalidade"
Psicologia

Transtorno Dissociativo de Personalidade - "Dupla Personalidade"


O termo â€œDissociative Identity Disorder”, que se traduz aqui por “Transtorno Dissociativo de Identidade”, é um transtorno psíquico em que os indivíduos que dele sofrem apresentam aquilo que se costuma designar por personalidades múltiplas. Estas pessoas apresentam em contextos específicos estados de personalidade distintos, os quais assumem completamente o controle da situação. Pessoas que sofrem de Distúrbios Dissociativos "escapam" da realidade de modo involuntário e pouco saudável, perdendo a memória ou achando que são outra pessoa. Estes distúrbios costumam surgir como resposta a certos traumas, ansiedades ou lembranças muito dolorosas.

Estas entidades já foram muitas vezes chamadas de “dupla personalidade”, embora o termo não reflita exatamente a definição comum da palavra como o total do nosso aspecto psicológico. Uma das razões para a decisão da comunidade psiquiátrica para mudar o nome do transtorno de múltipla personalidade para transtorno dissociativo de identidade é que “múltiplas personalidades” é um termo que transmite uma visão um pouco enganadora.

Este tipo de psicopatologia, diz respeito à dissociação da mente humana, resultando daí, o surgimento de novas identidades, ou de estados de personalidade, dentro de uma só mente. Cada qual com sua própria forma independente de se relacionar, de se perceber, de pensar e de lembrar sobre si mesma e de sua vida, com sua própria personalidade, princípios e valores distintos entre si.

Se duas ou mais destas entidades assumem o controle do comportamento da pessoa em um determinado momento, um diagnóstico de transtorno dissociativo de identidade pode ser feito.

Outros termos freqüentemente utilizados por terapeutas e psiquiatras para descrever essas entidades são as seguintes: “personalidade suplente”, “alters”, “parte subliminar”, “estados de consciência alterados”, “ego afirmativo,” e “identidade superior ou inferior”. Ã‰ importante manter em mente que, embora estes estados suplentes possam coexistir, eles parecem ser muito diferentes entre si, porém todas estas manifestações estão inseridas numa mesma pessoa que sofre desse transtorno.

Acredita-se que cerca de 7% da população mundial experimentam um episódio de Distúrbio Dissociativo durante sua vida. Da mesma forma que outros transtornos dissociativos, o transtorno dissociativo de identidade ou a dupla personalidade pode trazer prejuízos graves ou incapacitação de funções cognitivas e perceptivas para a pessoa.

No entanto, algumas pessoas com Transtornos Dissociativos e com dupla personalidade conseguem relações sociais consistentes e até mesmo empregos altamente com alta responsabilidade, contribuindo para a sociedade em uma variedade de profissões, como por exemplo, nas artes, no serviço público, empresas, etc. Essas pessoas conseguem manter e assegurar seus contatos sociais parecendo a funcionar normalmente, interagindo com colegas, vizinhos e outras pessoas.

Existe a incapacidade de recordar informações pessoais importantes, cuja extensão é demasiadamente abrangente para ser explicada pelo esquecimento normal. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma doença orgânica ou psíquica específica. Está mais vezes associada à síndrome de stress pós-traumático e está profundamente ligado ao emocional.

São traumas psíquicos frequentemente adquiridos na infância, e que ficam numa espécie de congelador cerebral devido a um stress de tal ordem insuportável que a criança não o consegue explicitar, após esse choque emocional, e por não conseguir lidar com tal situação, mais tarde na idade adulta, reaparece sob uma forma de dissociação de consciência, ele tende a se proteger do mesmo, criando, a partir do trauma, novas identidades, denominadas álteres-ego, para que, a estas, caibam a sustentação de todo peso emocional. É um mecanismo de defesa por meio do qual a pessoa tenta resolver os problemas que haviam ficado suspensos criando personalidades alternativas, e que na infância se é incapaz de fazer.

Cada estado de personalidade pode ser vivenciado como se possuísse uma história pessoal distinta, auto-imagem e identidades próprias, inclusive um nome diferente. Em geral existe uma identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo, a qual é passiva, dependente, culpada e depressiva.

Quase todos (97 a 98%) os adultos com distúrbio dissociativo da identidade relatam ter sofrido algum tipo de abuso durante a infância. Isso pode ser documentado para 85% dos adultos e 95% das crianças e adolescentes com distúrbio dissociativo da identidade.

Entretanto, ocorrendo a existência de várias identidades, outras situações contribuem para o trauma. Dificuldades e frustrações de qualquer monta, tornam-se insuportáveis, pois o portador deste tipo de distúrbio é psicologicamente vulnerável, sendo, portanto, passível da criação de quantas personalidades se fizerem necessárias.

Ás vezes em uma única mente existem centenas de outros "eus", tendo cada um deles sua história, sentimentos e comportamentos específicos. Não raro, chegam a ter outra cultura e até mesmo terem sotaques estrangeiros, como também alguns podem ser religiosos e outros totalmente avessos aos costumes e a moral predominante.

O indivíduo portador deste distúrbio, dificilmente tem controle sobre seu outro " eu", pois a personalidade dominante, que é o ego, não tem conhecimento das demais. Sucede disso o obstáculo de ter ele, uma vida regular, haja vista, que, por cada outro "eu" possuir seu próprio estilo de vida, com gostos e preferências, não aceita consequentemente, o estilo do outro. Por exemplo, no caso de um indivíduo múltiplo amar gatos, pode ocorrer de uma das personalidades os odiar, a partir daí passando a ocorrer fatos, os quais não consegue entender, como no caso de se recolher para dormir e deixar os animais dentro de casa, não havendo possibilidade de saírem, e ao acordar não mais os encontrar. A partir de fatos como este, é capaz de desenvolver outros distúrbios, como mania de perseguição, fobias, entre tantas outras.

Os indivíduos com distúrbio dissociativo da identidade freqüentemente são alertados sobre coisas que fizeram, mas não conseguem se lembrar de tê-las realizado. Outras pessoas também podem comentar sobre mudanças de comportamento de que eles não se lembram. Eles podem descobrir objetos, produtos ou papéis escritos que não conseguem explicar e nem reconhecer.

No período em que um outro "eu" assume o controle, as demais identidades, ficam em estado de amnésia parcial, não tendo, portanto, conhecimento das ações praticadas pelas outras, sendo assim, freqüente a existência de uma personalidade que envolve-se em drogas ou até mesmo com coisas muito mais graves, tais como agressões, furtos, roubos e assassinatos. Em suma, são personalidades totalmente distintas e independentes, mas que fazem parte da mente de um só indivíduo.

O trabalho psicoterapêutico normalmente encontra na história pregressa de situações de perda ou abuso sexual na infância. Como alguns casos foram abusados inclusivamente pelos seus cuidadores (pais/pessoas mais velhas), não é raro, por isso, serem muito desconfiados do pessoal cuidador de saúde. Assim, se tornam rudes, difíceis no trato, e sempre muito cépticos em relação aos médicos ou psicólogos.

O Transtorno Dissociativo de Identidade reflete um fracasso em integrar vários aspectos da identidade, memória e consciência. Cada estado de personalidade pode ser vivenciado como se possuísse uma história pessoal distinta, auto-imagem e identidade próprias, inclusive um nome diferente. Os indivíduos com este transtorno experimentam frequentes lacunas de memória para a história pessoal tanto remota como recente. A amnésia frequentemente é assimétrica. 

Há quem inclua neste diagnóstico as vivências mediúnicas. A importância do estudo destes casos não tem apenas um valor meramente cognitivo, mas também um valor médico com proveito terapêutico não só para as pessoas que se intitulam "médiuns”, mas também para a saúde psíquica dos seus potenciais clientes. É importante distinguir o que é vivência religiosa não-patológica do que são manifestações de psicopatologia dissociativa ou psicótica. Quando é acompanhado de outros sintomas psiquiátricos – tal como ansiedade crónica, fobias, depressão e outros – o Transtorno Dissociativo de Personalidade é considerado problema patológico.

Após diagnosticada tal dissociação o tratamento é rigoroso e demorado, e quando da prática de um ilícito, recai o indivíduo, portador de tal distúrbio, na ininputabilidade, pois não é capaz de determinar-se quanto ao ato praticado.

Referências: Transtorno Dissociativo de Identidade
Distúrbios Dissociativos - Dupla personalidade
Pessoa com Dupla Personalidade e as Dificuldades no Relacionamento Social




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