Professora da Rede Municipal de Ensino de Volta Redonda inicia greve de fome

A professora da rede municipal de ensino de Volta Redonda, Marilene de Souza Góes dos Santos, 50 anos, e há 22 na rede, iniciou, na manhã de hoje, uma greve de fome.

O objetivo da educadora, que também atua na rede estadual de ensino, é fazer com que o Antonio Francisco Neto (PMDB) atenda pelo menos o plano emergencial dos funcionários públicos do município e funcionalismo municipal em greve há mais de um mês. Os trabalhadores lutam pela implantação do Plano de Cargos e Salários (PCCS) de 1995, que até o momento, segundo a professora, mesmo diante de determinação judicial o prefeito não cumpriu. “O PCCS é um direito nosso.

Mesmo assim, para acabar com a greve, apresentamos um plano emergencial que prevê apenas a incorporação de R$200 e mais 10% de reajuste salarial, o que ele também não quer dar. Só que não abrimos mão do nosso PCCS”, declara a professora que leciona na Escola Municipal José Fontes Torres, no bairro São Luiz. Ela declarou ainda que, o objetivo é mostrar também para a população que as declarações do prefeito nas rádios, em relação ao valor do salário dos professores, R$ 2 mil, e de que a categoria trabalha apenas quatro horas por dia não são verdadeiras. “Isso é um absurdo. Não ganhamos esse valor e se existe alguém ganhando isso e trabalhando somente quatro horas, essa pessoa não está na sala de aula. Trabalhamos muito mais tempo e para muito mais. Não trabalhamos apenas  para ensinar em sala de aula”, desabafa a professora. “Se o prefeito não sabe o valor do meu trabalho deve perguntar aos meus alunos”, sugere a professora que tem como piso R$ 880. “As contas e a comida deste mês vão ficar sem pagar já que, mesmo sabendo que a nossa greve é legal, o prefeito decidiu nos punir com descontos no nosso salário. Somente no meu salário foram mais de R$ 400 de descontos. Como come e paga conta com esse valor?”. Indaga a educadora que, está sentada nas escadarias da entrada do Palácio 17 de Julho. “Onde chegamos. Para tentara receber seus direitos, um trabalhador tem que fazer greve de fome. É um grande descaso”, completa a educadora.

Para às 18 horas, está marcada nova assembléia dos servidores, professores da rede municipal e da Fundação Educacional de Volta Redonda (Fevre) que continuam em greve. De acordo com os funcionários municipais, a greve continua.

Vamos ver até quando nosso governo vai fechar os olhos e ignorar a educação do nosso país. Enquanto políticos recebem reajustes absurdos em seus salários, os professores, responsáveis pela formação de todos, continuam não sendo valorizados. O lado bom dessa história é saber que existe gente que ainda sai as ruas para lutar pelo seus direitos, que se movimenta e que tem iniciativa: coisa que falta muito no povo brasileiro. O lado ruim é ver como nada disso adianta, pois o governo simplesmente ignora e pune protestos, vistos como "baderna", como se ainda estivessemos numa ditadura.

Esse tipo de atitude, num país como Brasil, onde o contexto é de um dos impostos mais altos e uns dos políticos mais caros do mundo, onde a corrupção rola solta sem consequência alguma, só mudará no dia que o povo tomar consciência e usar a força do direito que tem. Apartir do momento em que o povo tomar consciência de que o governo serve para nos servir e não para nos explorar, e que devemos buscar nossos direitos ao invés de assistirmos a novela conformados com a situação deplorável que estamos inseridos... isso mudará. Por hora, deixo aqui registrada minha indignação.

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