Freud e o Desenvolvimento Pessoal ...
Freud considera que a compreensão do comportamento exigia uma análise dos fenómenos psíquicos e, desse modo, enfatizava as motivações inconscientes e o papel desempenhado pelas vivências emocionais infantis na estruturação da personalidade do adulto.
Após algumas experiências realizadas, concluiu que seria impossível compreender certos processos patológicos, e até o próprio ser humano, se se negasse a existência do inconsciente.
Assim, o objeto de estudo para a psicologia modificou-se: - processos psíquicos inconscientes (apesar de admitir a existência do consciente, não lhe deu importância e apenas lhe atribuiu um papel secundário da determinação do nosso comportamento e dos nossos processos mentais). Através disso, fez uma comparação com um iceberg, em que a sua ponta é o consciente (o que se vê e se pode analisar), a superfície do oceano simboliza o pré-consciente e, por fim, a parte maior do iceberg, que se encontra escondida, representa o inconsciente (parte principal);
Primeiramente, no que diz respeito à concepção de Homem, este era considerado um ser racional que controlava os seus impulsos através da vontade.
Com a teoria de Freud a coisa mudou, ou seja, ele ao defender que psíquico não é sinónimo de consciente, e que no Homem não é a razão que domina, mas sim os impulsos, desejos, pulsões, interdições, entre outros, (que são de origens principalmente inconsciente, sexual e agressiva), ele concluiu que o Homem não é dono de si próprio e tem como finalidade o prazer, que receia (por ser socialmente incorreto), e por isso adopta uma atitude recessiva, para tentar encontrar a harmonia interior.
Com isto, Freud dividiu o psiquismo humano em 2 partes:
1ª - Consciente, Pré-consciente, Inconsciente;
Consciente - É a zona da razão e do contacto com o mundo exterior. Esta zona corresponde aos raciocínios, aos pensamentos e às percepções que a pessoa é capaz de chegar através da introspeção.
Pré-consciente - Funciona como um pequeno arquivo de registos. A sua função é impedir a manifestação de pulsões socialmente inaceitáveis, ocorrendo o recalcamento (processo normal e indispensável ao equilíbrio psicológico e social do indivíduo); É uma zona constituída por elementos que podem ser levados ao consciente.
Inconsciente - É o conjunto de pulsões e desejos inconscientes, essencialmente os de natureza sexual, que possuem um dinamismo próprio, cujo acesso ao consciente é impedido pela censura.
2ª - Ego, Superego, Id;
O Id, Ego e Superego são as estruturas essenciais da personalidade, estabelecendo entre si uma relação conflituosa à qual se deve o dinamismo da vida psíquica.
Ego - Instância fundamentalmente consciente que se forma a partir do Id. É regulador e gestor das forças contraditórias entre Id (pulsões inconscientes) e Superego (exigências do meio). Tem preocupações lógicas, de coerência entre a força do Id e os constrangimentos da realidade. Tenta ser moral e utiliza mecanismos de defesa.
Superego - Instância do aparelho psíquico cujos conteúdos representam as normas, regras e interditos sociais, culturais e morais assimilados. É o resultado da interiorização das imagens idealizadas dos pais e das regras sociais. É base da consciência moral, pois regula os conflitos entre o Id e o Ego;
Id - Instância totalmente inconsciente do aparelho psíquico cujos conteúdos principais são as pulsões inatas (de caráter sexual e agressivo) e os desejos reprimidos; Rege-se pelo princípio do prazer e pelo processo primário (procura imediata sem considerar as circunstâncias da vida real e sem reservas da satisfação e do prazer).
ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
Entre a busca de prazer (pulsões sexuais, entre outros) e as forças que se opõem (ódio, desespero, ausência de desejo, etc) há uma evolução que permite definir estádios de desenvolvimento psicossexual, que se caracterizam pelo predomínio de uma zona erógena (região do corpo que, quando estimulada, dá lugar a uma sensação sexual - prazer).
1º - Estádio Oral (nascimento até 18 meses/ 2anos)
- A zona erógena do bebé, nos primeiros meses é constituída pelos lábios e boca;
- Neste período são particularmente importante as percepções visuais e auditivas;
- A alimentação é uma grande fonte de satisfação;
- Chupar o seio materno é a primeira atividade sexual;
- Nesta altura a relação entre o bebé e a mãe vai ter reflexos na vida futura;
- É neste estádio que o ego se forma.
2º - Estádio Anal (2 aos 4 anos)
- Neste estádio a zona erógena é a região anal;
- Há uma sexualidade auto-erótica (dirigida a si mesma);
- A maturação e o desenvolvimento psicomotor vão permitir à criança reter ou expulsar as fezes e a urina;
- O controlo da defecação gera simultaneamente sentimentos de prazer e dor – ambivalência;
- Este período etário corresponde a uma fase em que a criança é mais autónoma, procurando afirmar-se e realizar as suas vontades;
- Faz-se a educação para a higiene;
- Há um reforço de superego.
3º - Estádio Fálico (3 aos 5/6 anos)
- Neste estádio a zona erógena é a região genital. O órgão sexual é a fonte de prazer, sendo comum a sua manipulação;
- As crianças estão interessadas nas diferenças anatómicas entre os sexos e às interações homem e mulher; Têm brincadeiras que exploram essa interação (aos pais e às mães), têm comportamentos exibicionistas e gostam de espreitar;
- Complexo de Édipo, onde o rapaz desenvolve uma atração pela mãe e vê o pai como um rival.
4º - Estádio de Latência (5/6 anos à puberdade)
- Após a vivência dos complexos e com um superego já formado, a criança entra numa fase de latência, ou seja, entra numa aparente atenuação da atividade sexual;
- Ocorre a amnésia infantil;
- A criança investe a sua energia nas atividades escolares, sociais e culturais.
5º - Estádio Genital (puberdade à adolescência)
- A partir da puberdade a zona erógena é a região genital;
- A adolescência vai reativar a sexualidade genital que esteve como que adormecida durante o período de latência;
- O adolescente vai reativar o seu complexo de Édipo e poderá assim fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais;
- O prazer sexual envolve todo o corpo.
São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. Permitem ao ego manter a sua integridade, ajudando a lidar com a inevitável ansiedade do ser humano (a ansiedade pode ser causada por perda de algum objeto, de amor, de identidade e/ou de auto-estima). Quanto mais angustiados estivermos, mais rapidamente os mecanismos de defesa são ativados.
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No texto anterior escrevi sobre a primeira
tópica: inconsciente, pré- consciente e
consciente.
Hoje reiniciarei sobre a segunda
tópica: id, ego, e superego.
Freud procurou dar uma explicação a
forma de operar do inconsciente, propondo...
Não existe uma concepção única do inconsciente e seu
funcionamento.
O texto freudiano permite várias leituras, o que leva a
existência de diferentes orientações clínicas.
Para Freud, o inconsciente é a verdadeira realidade psíquica,
em...
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