Desenvolvimento pessoal de Freud
Psicologia

Desenvolvimento pessoal de Freud


O desenvolvimento da personalidade é explicado por Freud pela evolução da forma como o indivíduo, desde o nascimento, procura obter prazer – a sexualidade –, que na infância (sexualidade infantil) é sobretudo auto-erótica (dirigida a si mesma), e só a partir da adolescência passa a ser essencialmente voltada para os outros.
Esta entre a busca de prazer (pulsões sexuais/libido) e as forças que se lhe opõem (ódio, desespero, ausência de desejo, etc.) que evolução permite definir estádios de desenvolvimento psicossexual, que se caracterizam pelo predomínio de uma zona erógena (região do corpo que, quando estimulada, dá prazer) e por conflitos psicossexuaisvão condicionar o desenvolvimento das estruturas do aparelho psíquico (instâncias) e a relação dinâmica entre elas. A qualidade das experiências emocionais imprime uma direcção ao desenvolvimento da personalidade.

Ø        1ª Tópica: Inconsciente, Subconsciente e Consciente;

            Ø      2ª Tópica: Superego (Supereu - normas sociais interiorizadas), Id (Infra-eu – fonte de pulsões) e Ego (Eu – mediador entre as pressões do Superego e do Id). 



1ª TÓPICA


Inconsciente
Zona do psiquismo constituída por pulsões, desejos de carácter afectivo-sexual, recordações recalcadas e cujo acesso ao consciente é impedido pela censura.
Subconsciente
Zona do psiquismo entre o consciente e o inconsciente constituída por conteúdos que podem ser trazidos à consciência.
Consciente
Zona do psiquismo que corresponde aos pensamentos, representações, sentimentos, percepções a que o sujeito tem acesso directo através da introspecção.




2ª TÓPICA 



     Id
o    Instância totalmente inconsciente do aparelho psíquico cujos conteúdos principais são as pulsões inatas (de carácter sexual e agressivo) e os desejos reprimidos; rege-se pelo princípio de prazer e pelo processo primário (procura imediata e sem reservas da satisfação e do prazer).
o    É amoral e ilógico
Ego
o    Instância fundamentalmente consciente que se forma a partir do Id. Regulador e gestor das forças contraditórias entre Id (pulsões inconscientes) e Superego (exigências do meio).
o    Tem preocupações lógicas, de coerência entre a força do id e os constrangimentos da realidade. Tenta ser moral; utiliza mecanismos de defesa; opõe-se ao id
Superego
o    Instância do aparelho psíquico cujos conteúdos representam as normas, regras e interditos sociais, culturais e morais interiorizados.
o    È o resultado da interiorização das imagens idealizadas dos pais e das regras sociais.
o    É  base da consciência moral; regula os conflitos entre id e ego; é hipermoral.




Estádios
Estádio oral
(até 1 ano)
ü  A zona erógena é a boca (prazer em mamar, pôr objectos na boca…); com o desmame surge o conflito entre o que deseja e a realidade.
ü  O Id (pulsões inatas) existe desde o nascimento. Começa a formar-se o Ego pela consciência das sensações corporais.
Estádio anal
(1-3 anos)
ü  A zona erógena é a região anal (prazer em controlar a retenção e expulsão das fezes); sentimentos ambivalentes – conflito – o controlo fecal induz dor e não só prazer e há um desejo de ceder e, em simultâneo, de se opor às pressões sociais para a higiene.
Estádio Fálico
(3-5 anos)
ü  A zona erógena é a região genital; a sexualidade deixa de ser exclusivamente auto-erótica e dirige-se aos pais, concretizada no Complexo de Édipo (atracção pelo progenitor do sexo oposto e agressividade perante o progenitor do mesmo sexo, visto como rival). Este conflito é ultrapassado quando a criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo. As proibições e normas impostos no Complexo de Édipo são interiorizadas, dando origem à formação do Superego.
Estádio de Latência
(6-11 anos)
ü  Há uma diminuição da expressão da sexualidade, mas a problemática do Complexo de Édipo permanece oculta, sem se manifestar. É neste estádio que ocorre a amnésia infantil que se trata do processo pelo qual a criança reprime no inconsciente as experiências perturbadoras do estádio fálico. É uma forma de defesa. A criança concentra a sua energia nas aprendizagens escolares e sociais.
Estádio genital
(a partir da adolescência)
ü  A sexualidade passa a ser dirigida aos outros e à consumação do acto sexual. A problemática do Complexo de Édipo, latente na fase anterior, é reavivada e vai ser definitivamente resolvida pelo luto das imagens idealizadas dos pais.
ü  Mecanismos de defesa: Ascetismo (negação do prazer, controlo das pulsões sexuais através de disciplina e isolamento) e Racionalização (o jovem procurar esconder os aspectos emocionais do processo adolescente, interessando-se por actividades do pensamento onde coloca toda a sua energia).
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Mecanismo de defesa
O conceito de mecanismos de defesa introduzido por Ana Freud, existe um conflito entre o id, o ego e o superego. São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. Permitem ao ego manter a sua integridade, ajudando a lidar com a inevitável ansiedade do ser humano. Quanto mais angustiados estivermos, mais rapidamente os mecanismos de defesa são activados.

Podem ser divididos em 2 categorias:
·         As defesas bem sucedidas possuem sucesso em eliminar aquilo que se rejeita;
·         As defesas ineficazes terminam no reforço e repetição daquilo que se tentou rejeitar.

Anna distingue vários mecanismos de defesa:
ð  Negação – nega que existem pensamentos ou sentimentos problemáticos. Esta recusa consciente para perceber factos perturbadores retira do indivíduo não só a percepção necessária para lidar com desafios externos como também a capacidade de adoptar estratégias de desenvolvimento adequadas;

ð  Racionalização – substituição do verdadeiro motivo do comportamento ou sentimento, por uma explicação lógica, racional e razoável. Este mecanismo não só elimina ou diminui a ansiedade, mas também protege a auto-estima;

ð  Projecção – aqui as pessoas disfarçam os impulsos, conflitos ou sentimentos pessoais indesejáveis, atribuindo-os a outras pessoas, expressando assim o desejo ou o impulso, mas de forma não reconhecida pelo ego;

ð  Introjecção – mecanismo de defesa quase oposto à projecção. Visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade, certas características de outras pessoas;

ð  Sublimação – é o processo de deslocamento que os indivíduos utilizam para desviar ideias que os perturbam, a substituição de um objectivo que não pode ser satisfeito por outro socialmente aceitável;

ð  Formação reactiva – consiste em ostentar comportamentos e exteriorizar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são inconfessáveis;

ð  Identificação – é o processo psíquico pelo qual o indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro;

ð  Deslocamento – consiste em transferir as características ou atributos de determinado objecto para outro objecto;

ð  Regressão – é o retorno do indivíduo para níveis anteriores do desenvolvimento, a formas de gratificação de fases anteriores ou mais infantis, devido aos conflitos que surgem em estádios posteriores de desenvolvimento;

ð  Repressão – manter fora, afastar ou recalcar da consciência, pensamentos, desejos, impulsos indesejáveis ou desagradáveis, que por algum moytivo envergonha uma pessoa.




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