ADOLESCENTES X DROGAS
Psicologia

ADOLESCENTES X DROGAS


Infelizmente pesquisas revelam que 20% dos jovens brasileiros de classe média já experimentaram drogas. Em pesquisa da OBID (Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas), o índice de meninas, de 12 a 17 anos, usuárias de álcool cresceu de 44,7% em 2001 para 50,8% em 2005. Outros dados impactantes na cidade de São Paulo são dos que já utilizaram psicotrópicos pelo menos uma vez na vida, sendo meninos e meninas concomitantemente: Maconha 8,4% e 5,2%; Crack 0,3% e 0,3%; Anfetamínicos 2,5% e 3,8%; Tabaco 21,5% e 30,2% e Álcool 66,1% e 73,8%. A pesquisa revela que 3,5% dos meninos e 2,8% das meninas entrevistados fazem uso frequente de algum tipo de droga.




Qual a postura de enfrentamento necessária para os pais diante de tamanha problemática social?
Sabemos que o uso de drogas causa prejuízos importantes e graves complicações na saúde de um indivíduo, além de produzir efeitos negativos nos aspectos pessoal, social e, futuramente, profissional. O uso de álcool em altas doses pode afetar grande parte do organismo, como sistema gastrointestinal, cardiovascular e nervoso, gerando, entre outros, déficits cognitivos e déficits de memória grave.
Ao mesmo tempo, o álcool e as drogas são poderosos socializadores, trocando a insegurança pela aceitação no grupo. De acordo com o modelo de aprendizagem social, beber é resultado destas influências sociais, seja de familiares ou colegas, são estas referencias que definem crenças e expectativas com relação ao álcool e seu uso.

O papel dos pais é determinante na manutenção ou eliminação de tal hábito. Um exemplo, pais que se utilizam do álcool de forma exagerada, podem gerar nas crianças a necessidade por comportamentos semelhantes, esse modelo não se aplica somente a beber, mas também para o uso de uma substância que possa produzir o mesmo efeito. É importante ressaltar que atitudes radicais de pais abstinentes é também um risco aumentado para o desenvolvimento de problemas com bebidas.

Habitualmente encontramos em textos e artigos alguns comportamentos citados como denunciadores de possível uso de drogas, como falta ou excesso de apetite, afastamento social, queda no rendimento escolar, olhos avermelhados ou vidrados, falta ou excesso de sono, irritabilidade, isolamento familiar e gastos excessivos, porém, estes podem ser sérios enganadores. Vale lembrar que o uso de drogas tem início ocasional e somente quando o adolescente já apresenta uso ou abuso de determinada substância é que os pais começam a identificar sinais, além de que com as alterações físicas e emocionais típicas da adolescência, nossos jovens estão mais suscetíveis a estas exposições.
Nota-se que pais que mantém forte vínculo afetivo com seus filhos, apresentam maior facilidade para identificar problemas e mudanças comportamentais, lembrando que proximidade não significa controle e “xeretar” os pertences de seu filho não ajudará na situação, mas sim um diálogo aberto, demonstração de amor e até de preocupação.

Observa-se também que frequentemente os adolescentes que recorrem às drogas apresentam, desde pequenos, dificuldades em lidar com regras, o que os torna pouco resistentes à frustração. Portanto, além da comunicação eficaz e com afetividade, deve existir seriedade no cumprimento das regras estabelecidas pelos pais, demonstrando acolhimento, mas firmeza.
Sabemos que não existem receitas para a educação de nossos filhos, principalmente porque cada indivíduo é único e apresenta características próprias em suas relações interpessoais, mas uma educação pautada no amor, na segurança e na transparência gera benefícios na comunicação da família e, consequentemente, na proposta de uma vida social mais saudável.       

Aos adolescentes:
"Não deixe que sua vida termine como uma foto à ser usada para alertar outros jovens na mesma situação. Você é muito melhor do que tudo isso. 
Coragem, força e determinação, são fatores que você encontrará dentro de você e com as pessoas que tem amam." (Ana Cláudia Foelkel Simões)

Fonte: Educare Ass. Psicoeducativa

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões



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