
O uso do tabaco durante a gravidez também aumenta o risco de aborto espontâneo, atraso no crescimento, parto de natimorto, cabeça com circunferência pequena, morte do bebê, cólica do bebê e problemas respiratórios, neurológicos, cognitivos e comportamentais no longo prazo.
Em outro estudo controlado, recém-nascidos cujas mães haviam fumado durante a gravidez (mas não tinham ingerido remédios e haviam tomado não mais do que três drinques por mês) mostraram maior evidência de toxicidade neurológica (tais como hiperexcitabilidade e estresse) do que bebês de mães não fumantes.
Mulheres que fumam durante a gravidez frequentemente fumam depois de dar à luz, e cada tipo de exposição parece ter efeitos independentes. Um estudo separou os efeitos da exposição pré e pós-natal examinando 500 recém-nascidos por cerca de 48 horas após o nascimento, enquanto eles ainda estavam na maternidade do hospital, onde é proibido fumar e, portanto, não tinham sido expostos ao tabaco fora do útero. Recém-nascidos cujas mães haviam fumado durante a gravidez eram mais baixos e mais leves e tinham funcionamento respiratório mais pobre do que o de bebês de mães não-fumantes.
Fumar e beber durante a gravidez parecem causar os mesmos efeitos em crianças em idade escolar: tempo de atenção precário, hiperatividade, ansiedade, problemas de aprendizagem e de comportamento, problemas percepto-motores e linguÃsticos, baixos escores de QI, atraso escolar e problemas neurológicos. Um estudo longitudinal de dez anos com filhos entre 6 e 23 anos de mães que relataram ter fumado bastante durante a gravidez constatou um risco quatro vezes maior de transtornos de conduta em meninos, começando antes da puberdade, e um risco cinco vezes maior de dependência de drogas em meninas, começando na adolescência, em comparação com jovens cujas mães não haviam fumado durante a gravidez.
Maconha e CocaÃna: Estudos sobre o uso de maconha entre mulheres grávidas são escassos e as descobertas variadas. Sua interpretação é comprometida por fatores deturpadores, como não confiabilidade de auto-relatos e, geralmente, uso concorrente de outras substâncias além da maconha. Entretanto, algumas evidências indicam que o uso excessivo de maconha pode resultar em efeitos congênitos, baixo peso no nascimento, sintomas parecidos com a abstinência (choro e tremores excessivos) no nascimento e maior risco de transtornos de atenção e de problemas de aprendizagem no futuro.
Em dois estudos longitudinais, um em famÃlias brancas de baixo risco, predominantemente de classe média; e outro em famÃlias de alto risco, baixa condição socioeconômica, na maior parte famÃlias afro-americanas, o uso pré-natal da maconha foi associado à baixa atenção, impulsividade e dificuldade no uso de habilidades visuais e perceptuais após os três anos, o que indica que a droga pode afetar o funcionamento do lobo central do cérebro. Uma análise de amostras de sangue dos cordões umbilicais de 34 recém-nascidos detectou maior presença de mutações cancerÃgenas em bebês cujas mães fumavam maconha e não usavam tabaco, cocaÃna ou opiáceos.
O uso de cocaÃna durante a gravidez tem sido associado ao aborto espontâneo, retardo no crescimento, parto prematuro, baixo peso no nascimento, cabeça pequena, defeitos congênitos e desenvolvimento neurológico deficiente. Em alguns estudos, recém-nascidos expostos à cocaÃna demonstram sÃndrome de abstinência aguda e pertubações do sono. A preocupação com os "bebês do crack" tem sido tão grande que alguns estados têm movido processos criminais contra gestantes suspeitas de usar drogas.
Estudos mais recentes não constataram nenhuma ligação especÃfica entre exposição pré-natal à cocaÃna e déficits fÃsicos, motores, cognitivos, afetivos ou comportamentais que não possam ser também atribuÃdos a outros fatores de risco, como baixo peso no nascimento, exposição ao tabaco, ao álcool, à maconha ou a ambiente doméstico empobrecido. Em um estudo, crianças de dois anos expostas à cocaÃna no perÃodo pré-natal e cujas mães as havia entregue aos cuidados de outras pessoas tiveram ambientes domésticos mais positivos e se saÃram melhor nos testes de desenvolvimento do que bebês expostos à cocaÃna e que ainda estavam sob os cuidados de suas mães.