Psicologia


Desenvolvimento ao longo da infância e da adolescência ...
Desenvolvimento Moral ...


   O desenvolvimento moral é muito importante, visto que se vai desenvolvendo com o aumento da idade e, desse modo, é objeto de estudo da Psicologia do Desenvolvimento. 
  Este pensamento moral refere-se ao modo como consideramos certo ou errado determinado ato. Assim, uma das grandes preocupações da sociedade é que as crianças e os jovens evitem violar as regras e leis, comportando-se de maneira correta.

Jean Piaget
Lawrence Kohlberg

   Para esta temática temos o contributo de Piaget e Kohlberg, que através dos estudos efetuados, desenvolveram teorias explicativas do desenvolvimento moral que, podemos dizer, estão agregadas em diferentes estádios.





MODELO DE PIAGET

   Criou um modelo teórico explicativo do desenvolvimento moral baseado no respeito e compreensão das regras. Para ele, a dimensão moral do desenvolvimento psicológico refere-se ao respeito pelas normas sociais e ao desenvolvimento de sentido de justiça no sentido de igualdade e reciprocidade. As suas investigações permitiram-lhe concluir que existem diferenças quanto ao respeito às regras em crianças de idades diferentes, distinguindo-se as fases de realismo moral (heteronomia) e  relativismo moral (autonomia).



Realismo moral - Heteronomia (dos 4/5 aos 8/9  anos)

   O sujeito submete-se a regras que são ditadas do exterior e que são “sagradas” - provenientes de uma autoridade superior e que não podem ser alteradas; A moralidade é determinada pelas consequências materiais, independentemente das intenções do sujeito; Sendo as regras encaradas como algo exterior a si, só o respeito pela autoridade (que as dita) justifica que elas sejam seguidas, ou seja, o indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade pode ocorrer a desordem e a indisciplina. 



Relativismo moral - Autonomia (dos 8/9 anos em diante)

    É a moral da cooperação e da reciprocidade;
   Nesta fase, o sujeito constrói as suas regras morais que, posteriormente, interioriza e cuja necessidade compreende; A criança percebe as regras como estabelecidas e mantidas pelo consenso social e as considerações sobre a justeza de um ato dependem agora das intenções;
   O contacto com pontos de vista divergentes constitui um elemento crucial para o desenvolvimento da moralidade autónoma de reciprocidade.


MODELO DE KOHLBERG

   O estudo de Kohlberg permitiu a conclusão de que há tendências etárias quanto ao uso de tipos de raciocínio moral exibido nas respostas e verificar um conjunto de aspetos do julgamento moral. 
   A partir da análise das respostas e dos raciocínios apresentados pelos sujeitos, Kohlberg definiu os estádios de desenvolvimento moral, que estão subdivididos em 3 níveis, em que cada um deles tem 2 estádios.



Nível 1: Moralidade Pré-Convencional (crianças até aos 9 anos, com alguns adolescentes e delinquentes)
   Neste nível, o indivíduo raciocina em relação a si mesmo e ainda não compreendeu ou integrou totalmente as regras e expectativas sociais; A moralidade (as regras e normas sociais) é completamente externa ao sujeito; 
Estádio 1: Orientação para a punição e obediência...  
   A criança não considera os interesses dos outros e não relaciona vários pontos de vista em simultâneo; Ela obedece às figuras de autoridade para evitar a punição, decidindo o que está certo ou errado com base nas suas consequências; Não há uma verdadeira noção de regras nem há avaliação das intenções. O certo é a obediência cega às regras e à autoridade.

Estádio 2: Individualismo e troca instrumental...
   A ação correta é aquela que satisfaz as necessidades do indivíduo e apenas ocasionalmente a dos outros; Devem-se fazer coisas aos outros se os outros retribuírem o favor - Reciprocidade pragmáticaNão há uma verdadeira noção de regra; A gravidade de uma má ação depende, em parte, da intenção do ator; A criança reconhece que os outros também têm interesses, desde que se satisfaçam todas as suas necessidades e todos os seus interesses. 


Nível 2: Moralidade Convencional (da adolescência em diante - maior parte das pessoas não passam deste nível)
   Neste nível já existe interiorização e adoção das regras morais; A moralidade é definida por atos que são bons, porque mantêm a ordem social convencional; O indivíduo considera correto aquilo que está conforme e que respeita as regras, as expectativas e as convenções da sociedade; 
Estádio 3: Expectativas interpessoais mútuas, relacionamento e conformidade interpessoal...
   As ações são avaliadas na base das intenções do ator; “Ser bom” é importante e significa ter boas intenções, mostrar interesse pelos outros e estabelecer relações recíprocas; Reconhecer a importância da reciprocidade e tratar bem os outros para que os outros também nos tratem; O que importa é corresponder às expectativas das pessoas mais próximas;

     O que está certo é viver de acordo com aquilo que os outros esperam de nós e fazer aquilo que os outros esperam que nós façamos. É ser simpático, leal e digno de confiança.

Estádio 4: Sistema e consciência social, manutenção da lei e da ordem...
   Este estádio corresponde à obediência das leis, respeito pela autoridade e pelas expectativas que a sociedade deposita em nós - as leis são para serem cumpridas e a sociedade espera que cada um dê o seu contributo para o bem-estar geral; A justiça exige que aquele que infringe a lei seja punido, que “pague” a sua dívida à sociedade e que os sujeitos cumpridores da lei sejam recompensados;

   O certo é cumprir o dever para com a sociedade, manter a ordem social e velar pelo bem-estar de todos.


Nível 3: Moralidade Pós-Convencional (só alguns adultos conseguem chegar a este nível)
   Neste nível, o indivíduo está comprometido com um conjunto de princípios morais complexos e abrangentes, e que são muitas vezes partilhados com outros; Os princípios morais podem transcender figuras de autoridade ou até as normas ou valores de uma sociedade particular;
Estádio 5: Contrato social ou direitos individuais democraticamente aceites...
   O dever é definido em termos de contrato; As leis e as normas não se tomam como “facto consumado” – elas emergem de um consenso e podem ser alteradas; Quando há conflito entre o sujeito e a lei, prevalece a última; O comportamento moral consiste naquilo que expressa a vontade da maioria ou maximiza o bem-estar social; Determinados valores e direitos não específicos, como a vida e a liberdade, têm de ser forçosamente defendidos em qualquer sociedade, independentemente da opinião da maioria;

   O que está certo é ter a consciência  que as pessoas nem sempre partilham os mesmos valores. A pessoa toma decisões, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maio número.

Estádio 6: Princípios éticos universais...

  Nesta fase, o comportamento moral é controlado por um ideal interiorizado, independentemente das reações dos outros, mas respeitando sempre  os princípios universais; Cada pessoa é vista como um fim (e não como um meio) e, em caso de conflito, a lei pode ser preterida; Os princípios éticos não são regras concretas, mas sim orientações gerais e abstratas baseadas numa noção de justiça universal que é aplicada em todas as situações – consciência individual; Estes relacionam-se com a noção de justiça, dignidade humana, direitos humanos e igualdade de direitos;

   O certo é o que obedece aos princípios éticos. A razão para fazer o que está certo é que a pessoa reconhece a validade dos princípios e procura cumpri-los.



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