É bom ter em mente, bem lá no íntimo, que não é só coração, fé e foco que fazem que as coisas funcionem.
É só pra fazer pensar.
Acho, aliás, que essa inverdade é uma das coisas que mais gera adultos depressivos e infelizes; esse sentimento de que estamos próximos e distantes, ao mesmo tempo, de todas as nossas maiores realizações (e que nosso sucesso e satisfação depende única e exclusivamente de nós). Que maravilhoso se assim fosse. Quantos negócios não dariam certo? Quantos não seriam os livros publicados? Quantas famílias felizes e plenamente satisfeitas não se formariam?
Temos que dar asas à imaginação e não basear toda uma vida de micro satisfações pessoais e realizações nela.
A verdade é que a gente escolhe ser feliz. E que a felicidade, sinto informar, é um pouco egoísta.
Não dá pra ser feliz e continuar a cultivar o que a gente não ama mais. Seja no trabalho, seja na família ou na vida a dois. Não dá para querer ser feliz e agradar os outros. Felicidade é única, pessoal e intransferível, que nem impressão digital. Que nem bunda. Você pode até admirar a da outra, mas tem que investir mesmo é na sua.
Ninguém pode tomar decisões difíceis pela gente, ninguém pode obrigar o outro a ficar ou a suportar essa ou aquela situação ruim no nosso lugar. Ninguém pode engolir os nossos sapos, nem saborear os nossos amargores, infelizmente. E ainda assim, sempre sobra um pouquinho de dor pro outro. Práquele que não tem relação direta com a nossa vida, mas que já está lá. Disposto. Sendo altamente influenciado por aquilo que a gente faz.
Quando se escolhe um determinado caminho é preciso abrir mão de toda uma cadeia de acontecimentos que se sucedem, bons ou ruins. Se um namoro acabou por falta de amor (ou excesso dele) temos a família alheia pra encarar. Às vezes pra aguentar, outras para ainda tentar impressionar; pra que àquela magia do que um dia foi – e hoje já não é mais – não se perca. Uma pena que não exista essa possibilidade. Quem agrada dois senhores não agrada nenhum. Ou pior: acaba por desagradar a si mesmo, o maior afetado da coisa toda. Quem, realmente, importa.
Sabe aquele lance de amar a si mesmo em primeiro lugar? Entra nessa hora. O quanto antes nos desfizermos das nossas amarras, libertarmos a nós mesmos (e os outros) dos nossos fantasmas do passado, melhor. Se é pra frente que se anda, não há sentido em olhar para trás. Não há, aliás, chance de sermos outra coisa quando ainda vivemos das sombras do que não nos faz satisfaz. Se você chama as coisas ruins, tem que estar disposto, também, a lidar com elas. Com as assombrações que você mesmo não tratou de exuzar.
Não dá para prosseguir sem desapegar. Não dá para evoluir sem sofrer.
Como tudo na vida, as coisas ruins também passam. E com as atitudes corretas, uma dose de paciência e muita fé no hoje, muito mais rápido.
Se é para viver um grande, novo e verdadeiro amor, que seja por completo. Porque pela metade já basta o que não nos cabe mais. E isso a gente doa, vende, troca, sejam as roupas, os objetos ou aquilo que a gente tem de mais frágil dentro da gente: os sentimentos. E esses, às vezes, se esgotam.
Pense em você e seja feliz!