Psicologia Espacial
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Psicologia Espacial




Mesmo com tantas áreas já existentes na Psicologia (clínica, escolar/ educacional, organizacional/do trabalho, hospitalar, jurídica/ forense, desportiva, ambiental, social-comunitária, política/ econômica, neuropsicologia, etc), vira e mexe uma nova área é criada. Chegou a vez Psicologia Espacial. Sobre esta nova "possibilidade" de atuação do psicólogo, sugiro a leitura da seguinte notícia, publicada mês passado no site da revista Info:

Astronautas ganham psicólogo online

BOSTON – Seu trabalho é perigoso e seus colegas dependem de você para ficar vivos. Você não pode se afastar desses colegas, não vê sua família por meses – até anos – e a comida não é boa. E esqueça de dar uma volta para tomar um ar. Sem dúvida, a aventura do vôo no espaço pode sempre ser estressante, isolador e depressivo. Por isso, cientistas estão trabalhando para dar aos computadores a possibilidade de oferecer o entendimento – se não todo o conforto – de um terapeuta humano, antes que problemas psicológicos e conflitos interpessoais comprometam a missão. Testes clínicos no projeto de US$ 1,74 milhão e quatro anos para a Nasa, chamado Estação Espacial Virtual, devem começar em Boston no próximo mês. O novo programa não tem nada do HAL, de “2001: uma Odisséia no Espaço”. A interação entre o astronauta e a Estação Espacial Virtual é menos sofisticada e mais benevolente. No projeto, patrocinado pelo National Space Biomedical Research Institute, um terapeuta gravado em um vídeo guia o astronauta por uma terapia bastante usada na depressão chamada “tratamento de resolução de problemas”. A gravação ajuda os astronautas a identificarem as razões para sua depressão. O programa, então, ajuda-os a fazer planos para lutar contra a depressão, baseados nas descrições que os astronautas digitam sobre seus problemas. Os astronautas também podem aprender estratégias para lidar com conflitos por um jogo interativo e até mesmo ler livros de psicologia. Apesar de ser direcionado a astronautas, os líderes do projeto acreditam que ele poderia ajudar os pacientes da Terra que não vão a um terapeuta por causa do custo ou do orgulho, ou por viverem em áreas rurais com poucos psicólogos.

Ainda sobre este assunto comenta o psicólogo behaviorista Felipe Epaminontas em seu excelente blog Ciência e Psicologia:

Eu sempre quis ir ao espaço, mas pra que enviariam um psicólogo ao espaço? Bom, de acordo com o Universe Today, eu já tenho uma desculpa para isso! O fator psicológico dos astronautas é de grande preocupação atualmente para a NASA, principalmente quando se pensa em viagens de longa duração à Lua e Marte. A grande preocupação é a possibilidade de depressão e conflitos interpessoais. Em outro planeta, se ocorre algum desentendimento entre você e seu colega, não há como excluí-lo de sua vida. Se sentir saudades, não dá para voltar para casa. Em caso de acidentes, não existem serviços de emergência. Um estudo já está sendo feito na Terra em que voluntários passam vários dias isolados do resto do mundo realizando tarefas, com o objetivo de encontrar os principais desafios psicológicos do isolamento e maneiras de superá-los. Desafio que pode ser comparado aos grandes navegadores deixando seus continentes pela primeira vez. Mas nem tudo são tragédias: ao passar muito tempo no espaço ou andando pela Lua, alguns astronautas (ex. Russel Schweikart, Apollo 9; Edgar Mitchell, Apollo 14) relataram uma sensação de euforia e uma espécie de “conexão cósmica” com o universo. Um estado semelhante ao de monges budistas (ou algumas pessoas sobre efeito de LSD?). Será efeito da falta de gravidade no cérebro? Ou resultado de experiências tão diferentes?

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Esta nova "possibilidade" de atuação profissional não deve vingar no Brasil. Estamos como sempre estivemos, por fora da corrida espacial em andamento no mundo. Com relação à atuação online já temos algumas experiências (ver aqui, aqui e aqui), embora o CFP proiba qualquer trabalho psicoterapêutico não-experimental mediado por computador (ver Resolução n° 12 de 2005) e tenha instituido, através da Resolução n° 6 de 2000, a Comissão Nacional de Credenciamento e Fiscalização dos Serviços de Psicologia pela Internet. De acordo com a primeira resolução citada (12/2005):

São reconhecidos os serviços psicológicos mediados por computador, desde que não psicoterapêuticos, tais como orientação psicológica e afetivo-sexual, orientação profissional, orientação de aprendizagem e Psicologia escolar, orientação ergonômica, consultorias a empresas, reabilitação cognitiva, ideomotora e comunicativa, processos prévios de seleção de pessoal, utilização de testes psicológicos informatizados com avaliação favorável de acordo com Resolução CFP N° 002/03, utilização de softwares informativos e educativos com resposta automatizada, e outros, desde que pontuais e informativos e que não firam o disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo e nesta Resolução.




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