Psicóloga troca consultório pelo Funk
Psicologia

Psicóloga troca consultório pelo Funk




Encontrei esta notícia no blog Superpositiva. De acordo com a reportagem "para as amigas de faculdade, a psicóloga Tatiana Gomes é uma funkeira. Para os fãs e novos amigos das comunidades onde canta Tati, ela é uma 'patricinha' da Zona Sul carioca querendo se enturmar no funk. Assim, devagarzinho, ela já emplacou os sucessos “Essa Garota (Poderosa)” e “Estrela da TV”, ao lado de Ronaldinho Plebeu, com quem faz a dupla de MCs Princesa e Plebeu. São, em média, sete shows por semana. Além de estabilidade financeira, a carreira já rendeu aos dois muitas viagens pelo país e até para o exterior. Em comum com Tati Quebra Barraco, só o primeiro nome. Com a voz mais suave e um corpo de fazer inveja, Tatiana Gomes conseguiu no funk a estabilidade financeira que a psicologia não lhe dava. O começo da carreira de psicologia é muito difícil. 'O retorno é o inverso da música, em que, quanto mais novo, mais fresco, mais trabalho', compara ela, que, formada pela PUC e pós-graduada na UFRJ, atendia há dois anos em seu consultório."
Esta história é representativa de um problema endêmico em nossa categoria (mas não só nela): o abandono da profissão. No caso, Tatiana trocou a Psicologia pelo funk em função da instabilidade financeira da atividade clínica. Mas ela não está sozinha. Pesquisas apontam que entre 15 e 40% dos formados em psicologia nunca atuaram ou abandonaram, voluntária ou involuntariamente, a profissão. São muitos os motivos alegados para o não-exercício da Psicologia: dificuldade em se conseguir emprego ou manter uma atuação autônoma; instabilidade financeira e/ou remuneração insuficiente; desilusão com a “prática profissional”; falta de reconhecimento, etc. Além disso, sendo a Psicologia uma profissão predominantemente feminina, a maternidade e o casamento ainda são motivos importantes para o abandono da profissão.
Um excelente artigo que trata especificamente desse tema chama-se “Adeus às armas: o abandono da profissão entre os psicólogos potiguares”. Para acessá-lo basta clicar aqui (pdf). Outro texto, clássico, que toca neste e em muitos outros temas importantes para nossa categoria, é o livro “Quem é o Psicólogo brasileiro?” (1988), resultado do último grande levantamento sobre nossa formação e profissão. Este ano, em comemoração aos 20 anos de sua publicação, o CFP, em parceria com a UFBA, deverá publicar a nova pesquisa nacional. Espero ansioso! Já indiquei em um post anterior, mas repito: este livro, essencial (e esgotado na editora), está disponível na seção de E-Books do site BVS-Psi. Para facilitar disponibilizo-o aqui (pdf).



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