OBESIDADE INFANTIL
Psicologia

OBESIDADE INFANTIL



A obesidade infantil atualmente é um dos principais problemas de saúde pública no mundo, pois cada vez mais encontramos crianças desde a mais tenra idade com sobrepeso e caminhando para uma obesidade que dificilmente será compensada na vida adulta.
Foi-se o tempo que criança saudável era criança gordinha. Hoje o cenário é assustador: a obesidade atinge 15% dos pequenos, que estão expostos a riscos de gente grande. A falta de exercícios e a alimentação inadequada são os grandes culpados pelos quilos a mais. Só para se ter uma idéia, quando o pequeno devora um pacote de bolacha na hora do lanche, está ingerindo o equivalente a uma refeição completa em calorias. Os prejuízos são enormes: além do impacto na autoestima, aumenta a chance de problemas ortopédicos, de infecções respiratórias e de pele, de cirrose hepática por excesso de gordura depositada no fígado - a chamada esteatose. Pior: uma criança obesa em idade pré-escolar tem 30% de chances de virar um adulto rechonchudo. O risco sobe para 50% caso ela entre na adolescência gorda. Explica-se: as células adiposas vão ficando cada vez mais recheadas de gordura até que estouram e se multiplicam, fenômeno mais comum justamente no primeiro ano de vida e na adolescência. Reverter o quadro depende basicamente de uma coisa: reeducação alimentar.
Além dos aspectos físicos, os aspectos psicológicos são de suma importância, pois os pequenos ainda sofrem com o Bulling (apelidos) que recebem dos amigos na escola, gerando auto-estima rebaixada.
A obesidade podem ser desencadeada por diversos fatores psicológicos.
Algumas vezes, a mãe refletindo sobre o relacionamento que tem com o filho consegue perceber suas próprias necessidades e sentimentos. É possível que mães com sentimentos de rejeição, atuem superalimentando o filho na tentativa de diminuir a culpa. Outras “sabotam” a dieta dos filhos com o intuito de ter aliado nos seus excessos alimentares. Usam o alimento como compensação.
A criança sente-se impotente e dependente afetivamente da mãe e esse tipo de relação prejudica o desenvolvimento emocional da criança.
A criança traz o quanto se sente infeliz por sua gordura. São rejeitadas por isso e sentindo essa hostilidade respondem com comportamentos agressivos. Outras demonstram uma auto-insuficiência isolando-se, mascarando um sentimento de fragilidade (dependência afetiva).
Identificando a possível obesidade:
•        Ele tem tendência à obesidade? Está na hora de ajudá-lo! Como?
Reeducação alimentar, terapia e exercícios.
Os cientistas identificaram oito fatores que podem levar à obesidade a partir dos 7 anos:
1. Mães que engordam demais durante a gravidez podem gerar bebês com mais tendência à obesidade.
2. Crianças com peso e altura acima da média entre 8 e 18 meses têm maior propensão ao problema.
3. Ao completar um ano, o bebê não deve pesar mais do que o triplo do que tinha ao nascer.
4. Também não deve crescer mais do que 25 centímetros no primeiro ano.
5. Bebês que dormem pouco ficam mais cansados e fazem menos atividades durante o dia, facilitando o acúmulo de gordura.
6. Crianças com mais de três anos que ficam mais de oito horas por semana na frente da TV.
7. Aparecimento de gordurinhas localizadas antes dos quatro anos.
8. Pais gordos: além da genética, os filhos podem imitar seus hábitos.

Os fatores etiológicos da obesidade mostram que influências genéticas, sociais, psicológicas e ambientais colaboram entre si para o desenvolvimento e manutenção da obesidade.
 Em relação à obesidade infantil, estudos mostram que as mudanças no ambiente familiar são fatores que geram distúrbio alimentar e se correlacionam com o aumento da obesidade infantil e adulta.
 A criança, do ponto de vista psicológico, sócio-econômico e cultural, depende do ambiente onde vive, que na maioria das vezes é constituído pela família, sendo que suas atitudes são, freqüentemente, reflexo deste ambiente.
 Se este ambiente é desfavorável, poderá propiciar condições que levam ao desenvolvimento de distúrbios alimentares. Se estes distúrbios prevalecerem, irá provocar a obesidade infantil e adulta.
Dessa forma, o conhecimento das influências fornece substrato ao desenvolvimento de programas que visem a prevenção e a orientação de pais e familiares sobre controle e alimentação adequada, bem como práticas de exercícios para evitar o sedentarismo.
 Outros fatores psicológicos que provocam ansiedade e angústia em crianças, contribuem de forma potencial como fatores no desenvolvimento da obesidade infantil. Por exemplo, separação dos pais, mudança de escola, mudança de endereço, perda de ente familiar, etc.  São fatores situacionais que provocam grande angústia e ansiedade, ou ainda depressão, desprazer e isolamento que provocam alterações comportamentais e muitas vezes geram distúrbios alimentares como déficit de peso ou ganho excessivo de peso.
Na contramão, o uso e o tempo cada vez maior das crianças diante da TV, do Vídeo game e computadores, mostram que existe uma associação significante que precisa ser considerada nas orientações de pais e familiares, pois não só o sedentarismo desta atividade, como também, os efeitos cumulativos da influência da mídia, com anúncios constantes de lanchonetes, chocolates, guloseimas e outros alimentos hipercalóricos que são bombardeados a cada minuto nas propagandas, fazem com que a criança fique muito vulnerável, agindo por impulso e comendo mesmo sem ter fome, somente para satisfazer o desejo de consumo imposto.
 Isto cria um círculo vicioso formado por: obesidade – diminuição da atividade – assistir TV – comer sem ter fome, e sim pelo hábito – obesidade, que se não for rompido permanecerá expandindo a epidemia de obesidade pelo mundo.
Fonte: Saúde e Vida

Por: Ana Cláudia Foelkel
CRP 06/86466
Psicóloga Clínica e Organizacional
Consultoria R&S e T&D
(11)97273-3448





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