Psicologia
"O leitor" e o poder da situação
Em uma interessante reportagem da revista Época desta semana intitulada "O que eles fizeram no lugar dela", Paulo Moreira Leite faz uma importante discussão a partir de uma frase do filme "O leitor". Este filme - que ainda não vi - é inspirado em um romance homônimo de Bernhard Schlink (atualmente entre os mais vendidos no Brasil) e, segundo o crÃtico Pablo Villaça do site Cinema em Cena conta a seguinte história: "Jovem estudante na Alemanha Oriental em 1958, Michael Berg (Kross) conhece por acaso a enigmática Hanna Schmitz (Winslet) ao ser ajudado por esta quando passava mal em função da febre escarlatina. Depois de curado, ele procura a mulher para agradecer pelo auxÃlio e, quando se dá conta, já está na cama com sua benfeitora, que, bem mais velha, o apresenta à s maravilhosas possibilidades do sexo. O contraste entre aquela nova relação e a frieza com que é tratado por sua própria famÃlia logo leva Michael a se descobrir apaixonado por Hanna, que, antes de cada sessão na cama, pede que o rapaz leia algo para seu divertimento – textos que vão desde O Amante de Lady Chatterley (que a escandaliza e excita) até As Aventuras de Tintim. No entanto, depois que Hanna subitamente desaparece de sua vida, Michael se torna um indivÃduo solitário e triste – e, quando anos depois, ele (já como estudante de Direito) reencontra a antiga paixão, deve lidar com o choque de descobrir que ela, uma ex-nazista, está sendo julgada por um terrÃvel crime de guerra cometido quando era responsável por 300 prisioneiras judias". O trecho do filme que inspirou a reportagem da revista Época é aquele no qual Hanna questiona um de seus interrogadores: O que o senhor faria no meu lugar?, pergunta ela. O advogado fica em silêncio, pois devia saber que a grande verdade é que a maioria de nós faria a mesma coisa que Hanna (matar judeus ou não impedir suas mortes) se estivéssemos em seu lugar. É o poder da situação, retratado no post anterior. Mas o que a revista questiona é: será este poder ilimitado? Ou melhor, não é possivel resistir a uma situação opressora? Época cita como exemplo de resistência o Coronel Claus von Stauffenberg, nazista responsável pela Operação ValquÃria, que pretendia matar Hittler, e que inspirou vários livros, além de um filme recém-lançado com Tom Cruise no papel principal. Se ele e outros nazistas resistiram a simplesmente "obedecer ordens" por considerá-las excessivamente macabras, porque outros não o fizeram? O fato de uma situação - como o nazismo - ser extremamente poderosa exime seus carrascos de qualquer responsabilidade sobre as vidas que tiraram ou deixaram tirar? Reafirmando um post recente, acredito que não. O poder da situação, assim como a genética e a criação, nos possibilita explicar vários atos cruéis cometidos pelo homem. Mas não os justifica...
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