Mediunidade e a saúde
Psicologia

Mediunidade e a saúde


“E na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo,

senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto

pacífico de justiça nos exercitados por ela” – Paulo. (Hebreus, 12:11)



Em 1857, quando foi lançada a base do espiritismo, através do Livro dos espíritos, uma das maiores críticas que se tentava fazer, era associar a loucura com o estudo do espiritismo, como se uma vez adentrando o mundo imaterial, abrisse-se uma porta para que entidades malévolas viessem prejudicar o aspirante a espírita.

Talvez por isso, o Livro dos Médiuns tenha saído em 1861, antes do Evangelho segundo o espiritismo, que só foi concluído em 1864. Nele Kardec, de forma brilhante, nos dá o ensino especial dos espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do espiritismo, deixando claro que se a mediunidade equilibrada se relaciona a alguma coisa, é com a cura, com o restabelecimento da saúde, e nunca com a doença, até porque o médium entra em contato com espíritos obsessores, mas também sente mais a presença dos mentores.

Infelizmente, esse preceito não vem sendo respeitado, principalmente por aqueles que mais compromisso tem com a doutrina. Milhares de pessoas, reencarnaram nesse fim de século para exercer na plenitude a mediunidade. Compromisso sublime que na maioria esmagadora das vezes, vem para os incautos, para os renitentes, a mediunidade pode se transformar num escoadouro maravilhoso das energias que armazenamos por milênios em nosso psiquismo, tornando-se desnecessário o que Ramatís chama de verter para a carne, ou seja, o uso ético da mediunidade, de forma caritativa e equilibrada pode afastar do médium grandes provações no futuro.

No nosso grupo mediúnico em Goiânia, há quase 18 anos mantemos trabalhos semanais de desobsessão e não é incomum que espíritas, candidatos a médium nos procurem com doenças graves, e quando o processo se aprofunda, vemos que uma das grandes causas dessas doenças é justamente a fuga da proposta encarnatória.

André Luiz, através da excelente mediunidade de Chico Xavier, nos narra em Os mensageiros, o triste reconhecimento de pessoas que vieram para trabalhar mediunicamente nos mais diversos campos, e que se deixaram arrastar por desculpas esfarrapadas, terminando a jornada terrena em profundo desencanto.

O que acontece é que o futuro médium vem com uma carga extra de ectoplasma. O fato de não usar essa energia, fugindo de sua proposta como trabalhador, acaba por provocar doenças físicas. Em alguns casos é bem direta a relação entre fibromialgia, ou artrite com o acúmulo de energia no duplo etérico. Em outras vemos a associação com doenças neurológicas tipo esclerose múltipla.

O desenvolvimento da mediunidade e a atuação do espírita consciente como médium, seja passista, de incorporação, doutrinador, sensitivo, psicografo e outros, é uma tarefa árdua, mas que com certeza traz inúmeros benefícios. Muitas pessoas se perdem no início, temendo o julgamento da sociedade. Outros acham que o estudo é desnecessário, acabando por tornarem-se curadores, e outro tanto, após passar por provações enormes e chegar a um bom nível de desenvolvimento mediúnico, acabam por tropeçar no orgulho, achando-se os próprios missionários de Deus na Terra, esquecendo dos compromissos referentes a paciência, caridade e humildade. Mas co certeza, aqueles que persistem, exercendo com fé e coragem, atingem um grau de felicidade que muito dificilmente poderemos entender.

Se encontramos com algum evangélico na rua, é provável que ele queira nos doutrinar, mas os espíritas sempre dizem que estão tentando ser espíritas! Já é hora de levarmos mais a sério a doutrina libertadora. Chega de postergar o trabalho mediúnico. Mãos a obra. O tempo urge!





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