Infantilismo
Psicologia

Infantilismo


Talvez você já tenha ouvido falar do caso de Stanley, o adulto que se comporta como se fosse um bebê. A primeira vista pode parecer bizarro, ridículo ou incompreensível. Porém, se trata de uma psicopatologia: o infantilismo. E por incrível que pareça, não é tão incomum, nem tão raro quanto parece. O que acontece é que na maioria dos casos, os infantilistas vivem uma vida dupla, deixando seu lado infantil em segredo, sem deixar que os familiares e as pessoas da convivência saibam.

Em primeiro lugar, quero deixar claro que o infantilismo nunca pode ser confundido com pedofilismo ou qualquer prática imoral e criminosa, pois suas práticas jamais envolvem crianças, e sim o desejo de se tornar uma criança.

O Caso de Stanley

É comum ouvirmos conselhos que, para desestressar, "é necessário manter a nossa criança interior viva, pois ela nunca se cansa de ouvir o canto dos pássaros e mimimi...", e outras pérolas miguxas da autoajuda. Tudo bem que a infância é uma fase gostosa da vida e que, de vez em quando, pode bater uma vontade de voltar a ser criança e brincar o dia todo sem as responsalibidades e os problemas da vida de um adulto. Mas o que dizer de uma pessoa que mantém essa criança viva, todos os dias? Parece um pouco assustador, mas é isso o que faz Stanley Thornton, de 31 anos.

Seu caso ficou conhecido por ser destacado num documentário da National Geographic por comportar-se como um bebê adulto. Porém, é só mais um dentre tantos outros infantilistas que existem.

Stanley garante que o seu problema nada tem a ver com descompensações sexuais, uma doença do foro psiquiátrico já estudado pela Sociedade Americana de Psiquiatria. Mas sim com o fato do comportamento de bebê compensar necessidades emocionais.

Como um “bebê adulto”, o homem da Califórnia gosta de fingir que tem um ano de idade e de ser cuidado pela sua tia, uma ex-enfermeira, que lhe muda a fralda, veste, dá banho e ajuda em todas as necessidades básicas da condição de bebê. - "Eu o amo como se fosse meu sobrinho favorito", diz ela. "Ele é como um membro da família que perdeu a mãe e eu sou como a tia que faz por ele o que ninguém nunca fez".

Stanley vive uma vida dupla, toda noite ele vai dormir em seu bercinho gigante, vestido com um macacão florido, com móbiles coloridos pendurados no teto. De manhã, sua mãe acorda o bebezão e alimenta-o com uma mamadeira ou papinha na boca com direito a aviãozinho e tudo. Stanley então se transforma com roupas de adulto, quando precisa ir às ruas. Mas quando volta para casa de noitinha, depois de um longo dia de trabalho, tudo que Stanley quer é vestir suas roupas de bebê novamente, relaxar com sua mamadeira cheia de leite, uma chupeta, e ir para o chiqueirinho. É hora de brincar, ele passa um bom tempo ocupado com Legos, bichinhos de pelúcia e uma gigante cadeira de bebê alta onde, novamente, mamãe dá sua papinha.

Stanley tinha 13 anos quando foi abusado e começou a fazer xixi na cama todas as noites, então foi obrigado a usar fraldas. “Eu faço isso para relaxar mesmo. Chego em casa do trabalho e mudo meu cérebro para o “modo bebê”. Assim, eu posso deixar todas as coisas de adulto de lado, tudo fica em modo suspenso”, explica Stanley, que vem tendo esse comportamento desde os 14 anos de idade. Ele diz que faz isso “apenas para conseguir, amor, carinho e segurança” que perdemos quando deixamos a nossa infância.

Stanley tinha um emprego como guarda de segurança, mas depois de um acidente foi afastado do serviço e hoje recebe um salário da previdência por incapacitação física relacionada a uma má condição do coração. 

National Geographic 'adult baby' Promo


Achei bom introduzir esse assunto mostrando o caso de Stanley, pois ele retrata bem como é a vida de um infantilista. Mas agora, vamos focar no infantilismo, deixando Stanley de lado...

O Infantilismo

Pode ser uma psicopatologia ou uma parafilia, também pode ser conhecido como anacletismo ou autonepiofilia.

Infantilismo é o desejo de usar fraldas e ser tratado como uma criança indefesa. Os infantilistas gostam de usar fraldas, de se vestir como bebês, de comer como bebês, de falar como bebês, de brincar como bebês e de usar objetos de bebês como mamadeira e chupeta.

São conhecidos como "adulto bebê" ou do inglês “Adult Baby” (AB) ou "Teen Baby" (TB), dependendo da idade. A grande maioria dos infantilistas também são amantes das fraldas ou “Diaper Lovers” (DL). Assim que são conhecidos a comunidade infantilista: como AB / DLs.

Regressão Permanente: Uma fantasia comum entre os infantilistas envolve o retorno permanente para uma posição mais infantil. Isto pode envolver voltar a utilizar, durante todo tempo, fraldas ou voltar a dormir em um quarto de bebê o resto de sua vida. Essas fantasias podem ser apreciadas mesmo por aqueles ABs que conscientemente não gostariam de abrir mão de suas vidas adultas.

Etiologia

Ocorre em adultos e crianças. A maioria dos casos está relacionada a traumas de infância ou falta de afeto e atenção, quando da presença de um recém-nascido (comumente chamado de regressão). Por exemplo: Muitos pais, quando a criança continua fazendo xixi na cama, longo tempo após ter deixado as fraldas, punem seus filhos os fazendo usar fraldas para dormir (como no caso de Stanley). Outro exemplo é quando um bebê novo chega a família e a atenção se volta toda para ele, a outra criança inconscientemente se sente inferiorizada e pouco amada, e deseja tornar-se um bebê novamente para conseguir atenção. Nos dois casos as crianças possivelmente podem vir a se tornar infantilistas quando adolescentes e posteriormente quando adultas.

As causas do Infantilismo são muitas e estão diretamente ligadas a infância, ao íntimo e ao subconsciente de cada pessoa, cabendo única e exclusivamente a essa pessoa avaliar se isso traz ou não algum malefício ou beneficio à sua vida adulta e se ela deseja ou não tentar se sanar.

Comunidades Infantilistas

O Infantilismo é tão comum, que existem comunidades e grupos sobre isso. Em 2000, começou um site onde mamães pudessem encontrar mais fácil bebês adultos e vice versa. Quando lia sobre o assunto, encontrei o blog "Infantilismo de A a Z", para quem quiser entender um pouco mais sobre o universo infantilista, vale a pena dar uma lida. Lá eles dão dicas para "infantilistas iniciantes", ensinam métodos de como esconder as fraldas, e muito mais. 
http://bebeganial.blogspot.com.br

O Fetiche por Fraldas

Uma forma de descrever o infantilismo é promovendo um contraste com o fetiche por fraldas. Claramente o diferencial se encontra nas fantasias, frequentemente englobando dois extremos. O primeiro envolve o desejo de se tornar um bebê, ou uma criança em sua primeira infância (inocentes, adoráveis e totalmente dependentes) com objetos como fraldas, roupas para bebes e brinquedos comuns a essa faixa etária tendo como objetivo final repousar em um berço confortável e seguro. E, no outro extremo, aquele que inclui o desejo sexual em sua fantasia. Se foca no uso da fralda como um item fetichista, ou seja, como se fosse uma zona erógena sobressalente. Esta fantasia geralmente termina com o orgasmo ou ejaculação.

Na prática, as diferenças entre ambas são muito superficiais, ambas envolvendo fraldas e adultos. Aqueles que buscam a regressão na fantasia infantilista são os "Adultos Bebês" (ABs) podendo envolver fraldas para adultos, roupas para bebê especialmente produzidas para adultos, etc. Havendo a aceitação por parte de seus parceiros será possível, ainda, vivenciar a fantasia havendo o “papai/mamãe” e o “bebê”. O AB pode decidir eliminar o fator sexual já que está é uma prática inexistente na primeira infância. Por outro lado, os fetichistas por fraldas, que possuem um contexto muito mais sexual, podem envolver o objeto no ato sexual comum. Esses são conhecidos por “Adoradores de Fraldas” ou “Diaper Lovers” (DL). Infantilismo e o fetiche por fraldas podem se diferenciar na auto-imagem e no objetivo a ser alcançado. No entanto, eles podem coexistir em indivíduos e tem algumas semelhanças na prática. Não é exclusivo dos ABs somente a regressão assim como os DL também, não necessariamente, precisam praticar somente o fetiche por fraldas. Muitos AB/DLs descrevem-se como AB ou DL baseado em qual prática eles exercem com maior freqüência. Na prática, as diferenças entre AB e DLs são pouco perceptiveis.

Os desejos infantilistas podem variar, mas mantendo sempre o foco com situações ou objetos normalmente encontrados na rotina de um bebê. Dificilmente será encontrado infantilistas que busquem somente a regressão ou o fetiche por fraldas, alguns fantasiam sobre não possuírem qualquer responsabilidade ou controle, enquanto outros não. Alguns assumem a postura de um bebê na integra, enquanto outros praticam de forma imperceptível não permitindo que outros a sua volta o notem. Na maioria das vezes os infantilistas praticam esses atos secretamente sem que ninguém fique sabendo e têm muita dificuldade de conversar sobre o assunto. Sendo, a maioria dos infantilistas, homens.

Praticicidade ou Necessidade (Fraldas)

Aqueles que usam fraldas por motivo de incontinência provavelmente não são AB/DLs. O fato de eles utilizarem fraldas não significa, necessariamente, que estão fazendo isso para por a tona seu alter-ego infantil ou por questões fetichistas. Isso também se aplica a aqueles que a usam por razões práticas como os astronautas ou mergulhadores. E ainda existem aqueles que começam a usar fraldas sem uma explicação específica.
Existem muitas pessoas que usam fraldas, mas não são exatamente infantilistas ou fetichistas no sentido mais estrito. Suas motivações e os mecanismos que o levam a utilizar fraldas são diferentes.




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