Psicologia
Hello, Dexter Morgan
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“Dexter†é uma série americana centrada em Dexter Morgan, um assassino em série que trabalha como analista forense, especialista em padrões de dispersão de sangue, no departamento de polÃcia de Miami-Dade. O perito em borrifos de sangue é o protagonista da trilogia escrita por
Jeff Lindsay, que deu origem a uma das séries de TV mais aclamadas e legais da atualidade. A primeira temporada foi, em grande parte, baseada no livro “Darkly Dreaming Dexterâ€. As temporadas seguintes evoluÃram distintamente das obras literárias.
Dexter - A Mão Esquerda de Deus nos mostra o outro lado da mente de um serial killer e não foca somente no fato deles serem considerados monstros pela sociedade, ou serem máquinas de matar calculistas e meticulosas. De fato, Jeff expõe que não somente eles precisam viver em sociedade como também precisam se esconder dentro dela; e aà você fica com a dúvida: como uma pessoa que é desprovida de reações e emoções propriamente “humanas†consegue se infiltrar e passar por normal sem que ninguém desconfie?
Dexter é um serial killer, e por ser um perito em análise sanguÃnea, vale-se disso para matar, de uma forma meticulosa e sem deixar pistas, apenas criminosos que a Justiça não consegue deter.
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Na infância, órfão aos quatro anos, Dexter é adotado por Harry, um policial que logo detecta sua tendência homicida, pois ele manifestava uma das caracterÃsticas tÃpicas de um psicopata – maltratava e matava animais. Quando o seu pai adotivo repara nas suas atitudes, rapidamente conclui que ele seria um psicopata e com isso, consegue ensinar-lhe como canalizar a sua violência para algo que ele acredita ser "do bem": caçar os infratores da lei que estão acima da justiça e que acham brechas da lei para praticar crimes.
O seu pai ensinou-lhe, ainda, como conviver e interagir de forma convincente com outras pessoas, escondendo o fato de ser um sociopata, fazendo-o passar por uma pessoa completamente normal. Assim, Dexter é capaz de fingir emoções “normais†e manter a sua falsa identidade, de bom vizinho e amigo. A identidade dupla tem de ser escondida de todos, incluindo sua irmã, namorada e companheiros de trabalho.
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Para muitos, fazer amigos, arranjar uma namorada ou ter uma boa relação com os seus colegas de trabalho é fácil, mas não para Dexter. Frio e totalmente lógico, ele depende de sua capacidade de observação e inteligência para apresentar um comportamento tido como normal, mesmo que isso o leve a contar piadas onde ele não vê graça, e até mesmo flertar, quando sexo é a última coisa na qual ele pensa.
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“Eu sou uma pessoa inesgotável. Tentei seguir o plano de Harry e me envolver com outras pessoas, ter relações e até (nos momentos mais idiotas) gostar de alguém. Mas não funciona. Tem alguma coisa errada ou faltando em mim.â€
No entanto, Dexter Morgan é, na verdade, um homem charmoso, bem sucedido e com relações interpessoais. Dexter só mata quem merece morrer, e é aà que surge o dilema: será Dexter o bom ou o vilão?
No entanto, o que difere o protagonista da obra dos demais assassinos é o seu modus operandi e o seu código de conduta, o “Código de Harryâ€. Dexter organiza os seus homicÃdios baseando-se nesse conjunto de regras e procedimentos desenvolvidos pelo seu pai, que garantem que Dexter nunca será preso e assegura que ele mate apenas outros criminosos.
Além de tudo, assistir Dexter é uma oportunidade Ãmpar para adentrar na mente de um serial killer e todas as suas complexas relações com o mundo.
Análise comportamental e psicológica de Dexter
Dexter apresenta sintomas de transtorno de personalidade anti-social e esquizofrenia, tÃpico de do diagnóstico de psicopatia. Como um “bom†anti-social, Dexter não respeita leis de moralidade. São recorrentes e frequentes em Dexter as alucinações do seu falecido pai e é movido pela crença, bastante excêntrica, de que é um agente em prol da purificação do Mundo. Dexter apresenta os três maiores traços caracterÃsticos da psicopatia: ausência de emoções, obsessão pelo controle e sadismo.
Mas existem, de fato, acontecimentos que podem servir de justificação para o comportamento de Dexter; primeiramente, o fato de ter assistido ao assassinato da sua mãe, quando era apenas uma criança e ter ficado dias coberto com o sangue dela, até ser encontrado, moldou, indubitavelmente, a sua vida. Este evento explica a obsessão de Dexter por sangue, bem como a sua “anestesia†perante as emoções: ele não consegue ligar-se às suas emoções, exceto quando mata. Ou seja, não é que ele não as possua, mas precisa matar para as sentir, consequência do trauma que sofreu.
É comum para os serial killers levarem troféus ou souvenires de suas vÃtimas para casa, a idéia é que assim possam admirar o trabalho bem feito e sentirem-se bem consigo mesmos. Com Dexter não é nem um pouco diferente, só que ao invés de colecionar cabeças como faz o também assassino fictÃcio Kevin - da obra de Frank Miller, Sin City -, Morgan coleciona lâminas de laboratório com uma gota de sangue de cada vÃtima que ele matou. De novo, a mania de organização e limpeza, afinal um pedaço de vidro é muito mais fácil de guardar do que várias cabeças de prostitutas.
O transtorno de personalidade de Dexter não tem cura. É uma disfunção no sistema lÃmbico e no córtex pré-frontal do cérebro, impossÃvel de reverter, até agora. Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, Dexter não é louco, pelo contrário, é extremamente racional.
*Leia também: Psicopatia e Serial Killers
Referência: Dexter - A Mão Esquerda de Deus
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