Esquizofrenia
Psicologia

Esquizofrenia


Em seu significado literal, quer dizer mente dividida.
O termo foi criado por E. Bleuler para designar um grupo de psicoses endógenas (origina no interior).
Caracteriza-se por acentuada perda de contato com a realidade (dissociação), grave divisão ou fragmentação de personalidade, e ocorrência de sintomas que assimilam uma deterioração progressiva (catatonia, hebefrenia, parafrenia e certas formas de paranóia).
É uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade, é um misto de sinais e sintomas característicos (tanto positivos quanto negativos), esses sinais/sintomas estão associados com acentuada disfunção social ou ocupacional. Os sintomas positivos parecem refletir um excesso ou distorção de funções normais, enquanto os sintomas negativos parecem refletir uma diminuição ou perda de funções normais.
EX:. A pessoa ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário.
Segundo o DSM-IV, é um transtorno psíquico severo caracterizado por dois ou mais dentre o seguinte conjunto de sintomas por pelo menos um mês: 
- Alucinações visuais, 
- Sinestésicas ou auditivas, 
- Delírios,
- Fala desorganizada (incompreensível), 
- Catatonia ou/e sintomas depressivos,
Juntamente com a paranóia (transtorno delirante persistente, na CID-10), o transtorno esquizofreniforme e o transtorno esquizoafetivo, as esquizofrenias compõem o grupo das psicoses.
É hoje encarada não como doença, no sentido clássico do termo, mas sim como um transtorno mental, podendo atingir pessoas de qualquer idade, gênero, raça, classe social e país. Segundo estudos da OMS, atinge cerca de 1% da população mundial.
Atualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:
Paranoide — é a forma que mais facilmente é identificada com a doença e na qual predominam os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes de esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos.
Desorganizado — em que os sintomas afetivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizados. Em alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade associada a comportamentos agressivos. Existe um contato muito pobre com a realidade.
Catatônico — caracterizado pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da atividade, que podem variar desde um estado de cansaço e acinésia (empobrecimento dos movimentos) até a excitação.  
Indiferenciado — que apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.
Residual — em que existe um predomínio de sintomas negativos: os pacientes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afetivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.
Existe também a denominada esquizofrenia hebefrênica, que incide desde a adolescência, com o pior dos prognósticos em relação às demais variações da doença e com grandes probabilidades de prejuízos cognitivos e sócios comportamentais.

CAUSAS
Hoje se sabe que a doença pode ter causas genéticas e que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família.  Os fatores cerebrais e biológicos podem estar relacionados com o eclodir da doença: alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, como por exemplo, alguns neurotransmissores (como a dopamina), são potenciais causas da esquizofrenia. 

A psicanálise, explica que a fase oral do desenvolvimento psicológico em que a ausência de relações interpessoais saudáveis estaria na origem da esquizofrenia a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebê conduz igualmente as personalidades frias ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações. Também os fatores sociais podem propiciar a doença: muitas pessoas passaram por períodos de depressão, stress ou conflitos antes de se tornarem esquizofrênicos. Isto leva-nos a concluir que, juntamente com o fato de serem portadores de vulnerabilidade pessoais, este ambiente desfavorável pode desencadear os mecanismos de disfunção mental, característica da esquizofrenia. 
Convém sublinhar que nenhuma das causas referidas explica isoladamente o aparecimento da esquizofrenia.

SINTOMAS
Envolvem uma série de disfunções cognitivas e emocionais que acometem a percepção, o raciocínio lógico, a linguagem e a comunicação, o controle comportamental, o afeto, a fluência e produtividade do pensamento e do discurso, a capacidade hedônica, a volição, o impulso e a atenção.
A esquizofrenia começa mais frequentemente entre os dezoito e os vinte e cinco anos nos homens e entre os vinte e seis e os quarenta e cinco anos nas mulheres. No entanto, não é raro que comece na infância ou cedo na adolescência. A instalação pode ser súbita, no espaço de dias ou de semanas, ou lenta e insidiosa (apareceu vagarosamente), ao longo de anos.  
A gravidade e o tipo de sintomatologia podem variar significativamente entre diferentes pessoas com esquizofrenia. Em conjunto, os sintomas agrupam-se em três grandes categorias: delírios e alucinações, alteração do pensamento e do comportamento e sintomas negativos ou por déficit. Uma pessoa pode ter sintomas de um ou dos três grupos. Os sintomas são graves para interferir com a capacidade de trabalho, de relação com as pessoas e do próprio cuidado.
Os delírios são crenças falsas que, geralmente, implicam uma má interpretação das percepções ou das experiências.
As pessoas com qualquer tipo de esquizofrenia podem ter dificuldade de manter suas amizades e de trabalhar. Elas também podem apresentar problemas relacionados a ansiedade, depressão e pensamentos ou comportamentos suicidas.
Com o desenvolvimento da doença, problemas com pensamentos, emoções e comportamento se desenvolvem, incluindo:
- Nenhuma emoção (apatia);
- Crenças ou pensamentos falsos que não tem base na realidade (ilusões);
- Ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações);
- Dificuldade de prestar atenção;
- Pensamentos que pulam entre assuntos que não estão relacionados (pensamento desordenado);
- Comportamentos bizarros;
- Isolamento social;
Os sintomas podem variar dependendo do tipo de esquizofrenia.

DIAGNÓSTICO

Não existe uma prova de diagnóstico definitiva para a esquizofrenia. O psiquiatra ou psicoterapeuta elabora o diagnóstico baseando-se numa avaliação da história da pessoa e da sua sintomatologia. Para estabelecer o diagnóstico de esquizofrenia, os sintomas devem durar pelo menos seis meses e associar-se à deterioração significativa do trabalho, dos estudos ou do desenvolvimento social. A informação procedente da família, dos amigos e dos professores é com frequencia importante para estabelecer quando a doença começou.

PROGNÓSTICO

Em curto prazo (um ano), o prognóstico da esquizofrenia está intimamente relacionado com o grau de fidelidade com que a pessoa cumpre o plano do tratamento farmacológico. Sem tratamento farmacológico, 70 % a 80 % das pessoas que experimentaram um episódio de esquizofrenia manifestam durante os 12 meses seguintes um novo episódio. A administração continuada de medicamentos pode reduzir para cerca de 30 % a proporção de recaídas. Em longo prazo, o prognóstico da esquizofrenia varia. De um modo geral, um terço dos casos consegue uma melhoria significativa e duradoura, outro terço melhora de certo modo com recaídas intermitentes e uma incapacidade residual e outro terço experimente uma incapacidade grave e permanente. São fatores associados a um bom prognóstico o começo repentino da doença, o seu início na idade adulta, um bom nível prévio de capacidade e de formação e o subtipo paranóide ou não deficitário. Os fatores associados a um mau prognóstico incluem um começo em idade precoce, um pobre desenvolvimento social e profissional prévio, uma história familiar de esquizofrenia e a exploração do ambiente familiar ao nível dos afetos.
A esquizofrenia tem um risco associado de suicídio de 10 %. Em média, a esquizofrenia reduz em 10 anos a esperança de vida.

TRATAMENTO
O tratamento ideal é sempre o que proporciona melhor reintegração social do paciente.
Como qualquer doença na medicina, quanto mais precocemente começar o tratamento, melhor.
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia. Técnicas comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser usadas para melhorar as atividades sociais e profissionais. 

MEDICAMENTOS

Os medicamentos antipsicóticos são o tratamento mais eficaz para a esquizofrenia. Eles alteram o equilíbrio das substâncias químicas do cérebro e podem ajudar a controlar os sintomas.

Esses medicamentos geralmente são de grande ajuda, mas podem causar efeitos colaterais desagradáveis.  Procure seu médico e fale sobre isso com ele, ambos podem conversar para ajustar da melhor forma a dosagem do remédio. Os sintomas retornarão se a pessoa não tomar sua medicação. Portanto é aconselhável aderir ao tratamento que seu médico prescreveu. 

É importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda com o tempo a:
Tomar os medicamentos corretamente e lidar com os efeitos colaterais;
Reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem;
Lidar com os sintomas que se manifestam mesmo com o uso de medicamentos.




Referências:

Chemama, R. Dicionário de Psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

Classificação dos Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10:
descrições clinicas e diretrizes diagnosticas. Coord. Organização Mundial de
Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

DSM-IV-TR – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (Trad.
Cláudia Dornelles; 4 e.d. rev. – Porto Alegre: Artmed, 2002. 




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