Como dar limites aos filhos?
Psicologia

Como dar limites aos filhos?


Na luta por colocar limites em seus filhos, pais podem notar que algumas táticas estão longe de causar o efeito necessário. Na verdade, algumas atitudes chegam a acarretar o resultado contrário. Antes de culpar as crianças, os pais devem prestar atenção se estão dando bronca direito – e “direito” não significa com cara de bravo ou com ameaças assustadoras. Muito pelo contrário. 

Ações como gritar excessivamente e bater são vetadas por psiquiatras, psicólogos e psicopedagogos. De acordo com Içami Tiba, autor de “Disciplina: Limite na Medida Certa”, as crianças aprendem com o que os pais fazem. Se eles batem na criança, “o filho aprende a linguagem da violência”. Tanto gritar quanto bater demonstram falta de controle pessoal dos pais, o que é bastante danoso para a criança. “Gritar é mostrar que a criança te afetou – e ela adora isso”, afirma.
As crianças, como todas as pessoas, precisam de atenção. “Se os pais só olham para a criança quando ela faz algo de errado, ela continuará fazendo isso”, fala. Na opinião de Dora Lorch, psicóloga e autora do livro “Superdicas para educar bem seu filho”, educar é passar por certos desconfortos. Ou seja, dar bronca é chato e prometer um chocolate para a criança parar de chorar parece bem mais fácil. Só que os pais precisam estar preparados para se posicionar quando as desobediências acontecem.
Mas como se posicionar corretamente?
Pesquisas feitas com especialistas resultaram em 9 frases que não devem ser ditas para a criança.
1. “Não te amo mais” 
“A criança é muito mais frágil que o adulto. Tudo que se fala ganha uma dimensão maior”, comenta Dora Lorch. Portanto, ouvir uma frase destas da boca dos pais pode causar estragos. A falta de aceitação pode ser muito forte. “A criança não consegue entender a complexidade do mundo, e alguns adultos não têm consciência disso”.

2. “Você é feio” 
Xingamentos e palavras feias podem afetar a formação da autoimagem. Repetidos excessivamente, também podem ser considerados violentos. Existe uma diferença sutil, mas essencial entre “você é feio” e “o que você acabou de fazer foi muito feio”, que desloca o adjetivo negativo para a ação e não para a criança, explica Içami Tiba.

3. “Vou te matar” 
“O que traz a educação é a firmeza, e não a agressividade”, diz Içami Tiba. Ameaças do tipo servem apenas para criar medo nas crianças, o que, segundo o psiquiatra, não leva a lugar algum. “O medo não educa, só traumatiza”, diz Içami.  A longo prazo, a intimidação tampouco é efetiva e esvazia o discurso dos pais, já que eles obviamente não vão cumprir o que prometeram. “Primeiro, as crianças sentem um desamor muito grande. Depois, quando descobrem que as ameaças não funcionam, não levam mais os pais a sério”, afirma Dora Lorch.

4. “Nunca mais te trago aqui” 
Como a noção temporal das crianças é diferente, as punições precisam ser imediatas. 
Este tipo de ameaça também não faz efeito por ser mentirosa. “As crianças sentem que estão sendo enganadas. E isso não faz bem para elas”. As ameaças do tipo, assim como “você nunca mais vai ver televisão” ou “nunca mais vou falar com você”, passam uma ideia ambígua para criança, o que prejudica a sua formação moral, diz Içami Tiba.

5. “Você puxou o seu pai” ou “Você é igualzinho a sua mãe” 
Quando os pais estão separados e há algum conflito entre ambos, não é nada saudável usar este tipo de frase. Segundo Içami Tiba, as crianças entendem que elas são parecidas com a parte rejeitada – e se sentem dessa forma. 

6. “Se ficar bonzinho, dou um chocolate para você”
 
Comportar-se bem, arrumar o quarto, guardar os brinquedos ou fazer a lição de casa são responsabilidades dos filhos, por isso eles não precisam ganhar nada em troca quando fazem isso. Quando os pais fazem estes acordos de maneira repetida, os filhos podem achar que não se tratam de deveres. “A criança precisa aprender a fazer as coisas por responsabilidade, e não porque vai ganhar algo”, explica Içami Tiba.

7. “Para com isso, todo mundo está olhando!” 
Esta frase é mais fruto do embaraço dos pais que um tipo de bronca para os filhos. Segundo Içami Tiba, ela também passa a mensagem da “campanha da boa imagem”, quando a criança só tem que parecer educada para os outros. “O que os pais estão falando é um problema deles. As crianças não ligam para o que os outros estão vendo”, explica.

8. “Fica quieto!” 
No geral, as crianças tendem a atender ordens mais específicas. Quando escutam frases como esta, elas se confundem. “Ela não sabe se é para parar de falar, de pular ou de fazer o que está fazendo”, diz Dora Lorch. Os pais devem apontar exatamente o que eles gostariam que a criança fizesse.

9. “Limpe já seu quarto, senão você vai ficar de castigo” 
“Quando um adulto coloca um ‘senão’ do lado de suas ordens, isso quer dizer que ele não acredita muito nelas”, diz Dora Lorch. Isso demonstra que os próprios pais já estão negociando, o que faz com que as crianças não respeitem as ordens dadas. Os “senões” só podem aparecer quando a criança questionar muito. “Firmeza é dizer que não pode, e não poder mesmo”, resume Içami.

Fonte: www.doralorch.com.br
Tiba, Içami - “Disciplina: Limite na Medida Certa”

Postado por: Ana Claudia Foelkel Simões – Psicóloga
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