Bulimia nervosa
Psicologia

Bulimia nervosa


RMS, 29 anos, casada, superior completo, brasileira.

Desde a infância preocupava-se com sua aparência e forma física. Dos dez aos 17 anos lembra que fazia suas próprias dietas: só bebia líquidos ou ficava 24 horas sem se alimentar, comia apenas casca de pão e café e voltava a ficar em jejum; esporadicamente tomava, às escondidas, inibidores de apetite da sua mãe. Aos onze anos já fazia uso de laxantes, sempre preocupada com o peso. Com 17 anos iniciou dieta sob orientação de um endocrinologista e tomou hormônio tireoidiano, apresentando rápida e importante perda de peso. Passou, no entanto, a apresentar déficit cognitivo e claro prejuízo no desempenho escolar (duas reprovações consecutivas). Decidiu voltar a se alimentar, agora com 19 anos, porém, começou a apresentar episódios bulímicos nos quais quase diariamente, às escondidas e sem controle, ingeria alimentos diversos, doces e salgados simultaneamente, semipreparados e, às vezes, gelados. Algumas vezes tais episódios eram seguidos de vômitos auto-induzidos e, nessa ocasião, chegou ao seu peso mais alto: 62 Kg e Índice de Massa Corpórea de 25 Kg/m2. Desde então nunca apresentou remissão completa da sintomatologia. Atualmente pesa 54 Kg, mede 1,59 m, apresenta Índice de Massa Corpórea de 21 e se acha gorda. Pesa-se semanalmente, sempre após ir ao banheiro e imediatamente antes do almoço. Tem sérios descontroles alimentares e vomita quase diariamente. Agride-se fisicamente quando acha que comeu demais ("socos na barriga"), culpa-se, sente raiva de si. Apresenta irregularidade menstrual e sintomas depressivos associados: desânimo, tristeza, hipersônia, irritabilidade, baixa auto-estima, tensão e dores musculares. Sempre bastante introspectiva, nunca contou a ninguém sobre seus problemas alimentares, nem mesmo à psicoterapeuta com quem tentou se tratar há algum tempo.



TRE-SP -PSICÓLOGO -2004


21. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (ou DSM-IV) aponta como critério diagnóstico para identificar a Bulimia Nervosa (307.51), a presença de

(A) episódios de hipofagia e métodos compensatórios inadequados para evitar perda de peso, além de queixa de dificuldade para manter o sono, decorrente
da presença de pesadelos.
(B) Comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.
(C) episódios recorrentes de compulsividade para comer e comportamentos inadequados para evitar perda de peso.
(D) queixa de dificuldade para iniciar ou manter o sono.
(E) ocorrência repetida de sonhos assustadores que levam ao despertar.



307.51 Bulimia Nervosa

A. Crises bulímicas recorrentes. Uma crise bulímica é caracterizada por ambos os seguintes aspectos:
(1) ingestão, em um período limitado de tempo de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um período similar e sob circunstâncias similares
(2) Um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio (p. ex., um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o tipo e a quantidade de alimento).
B. Comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.
C. A crise bulímica e os comportamentos compensatórios inadequados ocorrem, em média, pelo menos duas vezes por semana, por 3 meses.
D. A auto-imagem é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo.
E. O distúrbio não ocorre exclusivamente durante episódios de Anorexia Nervosa.
Especificar tipo:
Tipo Purgativo: durante o episódio atual de Bulimia Nervosa, o indivíduo envolveu-se regularmente na indução de vômitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.
Tipo Não-Purgativo: durante o episódio atual de Bulimia Nervosa, o indivíduo usou outros comportamentos compensatórios inadequados, tais como jejuns ou exercícios excessivos, mas não se envolveu regularmente na indução de vômitos ou no uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas.


REFERÊNCIAS:

relato de caso extraído:

CASTILHO, Simone Mancini; COSTA, Luiz Henrique Viegas. Reboxetine in the treatment of bulimia nervosa. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 25, n. 2, June 2003 . Available from . access on02 May 2009. doi: 10.1590/S1516-44462003000200010.

http://www.psicosite.com.br/cla/d_alimentar.htm



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