A seleção do comportamento (II)
Psicologia

A seleção do comportamento (II)


Para analisar o comportamento de uma espécie como a nossa é necessário considerar um grande número de variáveis, porque a variabilidade de nossos atos é bastante grande. Entretanto, Kurt Lewin (1890-1947) propôs uma equação que sintetiza essa complexidade:

C=f(P, MA)

onde C é o comportamento (seja normal ou patológico), P diz respeito aos aspectos individuais de cada um (constituição biológica, temperamento, genética) e MA é o meio ambiente, físico (clima, espaço) quanto emocional/social (família, comunidade, amigos, etc.). Portanto, o comportamento é função, um resultado da interação entre os aspectos ambientais e individuais, e por isso ele é tão amplo.

Essa equação, contudo, não reduz a psicologia a algo inquestionável nem preciso, mas aponta que a complexidade de nosso comportamento deve considerar os elementos individuais e os elementos ambientais em sua geração, perpetuação e modificação. O senso comum das pessoas tende a resumir o comportamento humano a uma ou duas causas, no máximo, e de forma irrefletida, como por exemplo quando se diz que alguém tem crises nervosas por causa da separação, ou que alguém tem depressão porque perdeu o emprego ou porque não tem vontade de trabalhar e "se ajudar". Analisar as situações de forma tão simplista e superficial pode dar respostas rápidas, mas estas respostas nem sempre terão a precisão necessária para analisar o comportamento em suas nuances principais.

Se o comportamento é um produto da interação entre os aspectos pessoais e o meio ambiente, como entender que há "seleção" de comportamentos? Se isto existe, como se processa? Não somos senhores absolutos de nossos comportamentos, e não podemos fazer tudo o que gostaríamos de fazer, senão teríamos o caos social. Nosso comportamento é selecionado a partir do ambiente que vivemos pelo ambiente e pelo organismo: podemos compreendê-lo como um conjunto básico de atos (comer, dormir, etc.) que gradativamente vai se tornando mais complexo pela interação de nossa base cerebral, que vai amadurecendo, com o ambiente onde estamos inseridos. Isso explica por que uma família que tem comportamentos como diálogo e respeito tende a reproduzir estes comportamentos em seus filhos. Há seleção de comportamentos, mas ela é feita, muitas vezes, de forma involuntária, e passa a ser registrada no aparato neuronal das pessoas que compartilham esse mesmo sistema.



loading...

- O Cérebro E A Mente
Por mais que os profissionais lutem contra o pensamento cartesiano no estudo do comportamento, é curioso observar como o entendimento da relação entre mente e cérebro ainda está permeada por esta divisão. É muito comum que escutemos...

- A Seleção Do Comportamento
Tem-se como corolário na biologia que a ontogênese reproduz a filogênese. Em outras palavras, as estruturas biológicas vão surgindo no processo embrionário de forma a reproduzir, em linhas gerais, o caminho evolutivo de determinada espécie....

- O Ambiente
O fisiologista Claude Bernard cunhou no século XIX a expressão millieu intérieur para se referir ao líquido extracelular. A função deste líquido é manter as condições ideais para a vida das células, que só pode ocorrer...

- Dancem Macacos, Dancem
Por mais que se deseje acreditar que o ser humano é superior, nossa natureza não é diferente da dos demais seres vivos. Embora as pessoas se acostumem a pensar que são melhores, que a nossa espécie foi criada à imagem e semelhança...

- “o Crescimento E Desenvolvimento Físico E Mental De Um Ser Humano é Determinado Pela Genética Ou Pelo Meio?”
Na nossa opinião, o nosso crescimento e desenvolvimento físico e mental não se deve só a um ou só a outro, deve-se tanto à Genética como ao Meio. Porém, é preciso ter em atenção que sendo algo que depende dos dois conceitos em questão, não...



Psicologia








.