A era das selfies e a autoestima
Psicologia

A era das selfies e a autoestima


As selfies já fazem parte do nosso dia a dia. Registrar a própria imagem em um bom ângulo e postar na rede se tornou tão comum que poucos ainda não se renderam a essa forma de estar presente no seu círculo virtual. Mas o que chama a atenção é que há algum tempo as selfies tem crescido excessivamente, em algumas pessoas demonstrando uma fixação em si mesmo.

Uma pesquisa da Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva fez um levantamento com 2,7 mil cirurgiões americanos e concluiu que um em cada três profissionais pesquisados registrou “aumento nos pedidos de procedimentos porque os pacientes estão mais preocupados com os olhares nas redes sociais”. (Para ler mais sobre a pesquisa, acesse: "Com a febre dos 'selfies', cresce número de cirurgias plásticas nos EUA"). Será que há algo por trás desse comportamento? O que estimula as pessoas a ficarem tão preocupadas com a própria imagem?

De alguma forma, receber várias curtidas, chamar a atenção e ser admirado faz com que as pessoas busquem mais e mais por isso, parece haver um desejo pelo olhar constante do outro. E não é só em relação aos bonitos, há espaço para vários estilos: os charmosos, os criativos, os nerds, os cultos...

A questão não é o que, mas a necessidade em parecer alguma coisa, impressionar o outro, chamar a atenção, independente se é adequado ou não. As selfies em velórios demonstram que mais importante do que estar no velório e mostrar para os outros que está.

Excesso de autoestima?
A autoestima é a confiança no próprio potencial, a certeza da capacidade de enfrentar os desafios da vida, a consciência do próprio valor e do direito ao sucesso e à felicidade. (CERQUEIRA, 2004).
Lendo essa definição de autoestima podemos fazer uma nova reflexão: será que as pessoas que estão muito preocupadas com o olhar do outro confiam tanto no próprio potencial? Quando precisamos constantemente da afirmação e da “curtida” do outro para sentir alguma satisfação, será que algo não está equivocado?

Estamos olhando cada vez mais para fora, ao invés de olhar para dentro, e isso reforça o sentimento de insegurança em si mesmo. Isso quer dizer que esse movimento exagerado ao invés de demonstrar que as pessoas estão seguras e felizes consigo mesmas mostram, na verdade, o contrário. Uma auto insatisfação constante e a necessidade de parecer, muito maior do que a necessidade de realmente ser.

O risco é alto quando colocamos todas as fichas na aceitação do outro. Pois as outras pessoas podem não se importar, não curtir, não responder, não gostar. Por isso, nessa hora pode surgir sentimentos de rejeição e inadequação. Em resposta a essa inadequação as pessoas buscam novas formas de aparecer e chamar ainda mais a atenção. E o que fazer?

O caminho para construir a verdadeira autoestima é totalmente inverso. Conhecer a nós mesmos e nos aceitarmos nos fortalece como indivíduos. É preciso coragem para olhar para si mesmo, ver as forças e as fraquezas, e ser generosos com isso, reconhecendo que toda a humanidade tem suas vulnerabilidades.

Por trás da beleza, do dinheiro, do status, da intelectualidade, há uma parte frágil querendo se esconder. As pessoas precisam ter espaço para mostrar sua fragilidade humana e essa era da perfeição só colabora para mais ansiedade e sentimentos de inferioridade.

Só através do autoconhecimento podemos receber quem nós somos, e assim, se formos curtidos ou não, seja na rede social ou na vida, podemos seguir leves, pois escolhemos mostrar aquilo que, primeiramente, faz sentido e é coerente para nós mesmos.

Fonte: Psicoque?



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