A Diferença Entre a Esquizofrenia e o Transtorno de Dupla Personalidade
Psicologia

A Diferença Entre a Esquizofrenia e o Transtorno de Dupla Personalidade


"Tenho um caso interessante. Estou a tratar de dois conjuntos de gémeos siameses com dupla personalidade. Estou a ser pago por oito pessoas." - Leonard Zelig, em Zelig (1983)

Em Resumo

Quando a esquizofrenia é mencionada, muitas vezes fica-se com a ideia de que se trata de uma pessoa com dupla personalidade. Os dois transtornos são completamente diferentes; as pessoas que sofrem de esquizofrenia são propensas a delírios, alucinações e sentem dificuldade em terminar pensamentos e frases completas. O transtorno dissociativo de identidade (DID) acontece quando mais de uma personalidade existe na mesma pessoa, geralmente sem a pessoa estar ciente disso. O DID geralmente começa quando uma criança se esforça para chegar a um acordo com algum tipo de trauma, enquanto se pensa que a esquizofrenia (mas não está confirmado) possa ser uma doença genética.

A História Completa

Há muita coisa errada nos meios de comunicação, em geral, sobre a esquizofrenia e os transtornos de personalidade dupla. A esquizofrenia é uma daquelas palavras que evocam uma imagem instantânea de uma pessoa que ouve vozes na sua cabeça e, geralmente, age por impulsos e pode rapidamente tornar-se violenta. Esta confusão dos dois transtornos, completamente diferentes, faz com que seja permeada uma opinião popular e coloca um estigma imerecido sobre aqueles que sofrem de cada doença.

A esquizofrenia é uma condição na qual uma pessoa interpreta a realidade de uma forma incorreta. A maior parte dos sintomas inclui alucinações, que podem incluir ver ou ouvir coisas que não existem; esta é a parte do transtorno que é provavelmente mais representada na mídia, interpretada como uma dupla personalidade que leva a ações violentas.


E esse não é o caso da maioria das pessoas que sofre de esquizofrenia.

Outros sintomas incluem abrigar ilusões fortes, como acreditar que alguém está atrás de nós, alguém está a falar sobre nós, ou alguém está obcecado conosco. Os delírios estão entre os mais comuns dos sintomas, com uma estimativa de quatro em cada cinco pessoas que sofrem de esquizofrenia.

A esquizofrenia muitas vezes manifesta-se de algumas maneiras diferentes. Uma pessoa, muitas vezes, pode começar a desenvolver o que é chamado de pensamento desorganizado, que se reflete nos seus padrões de fala. Faz-se-lhe uma pergunta e obtém-se uma resposta que parece meio acabada, completamente alheia à pergunta que foi realmente feita, ou que contém palavras que não fazem sentido ou que não estão relacionadas. O movimento e o comportamento emocional são igualmente desorganizados e parece que se executam ações que não parecem estar perto de alcançar um objetivo específico ou podem ser completamente inadequadas à situação.

A emoção e a capacidade de uma pessoa para se relacionar com os outros também são gravemente afetadas pela esquizofrenia. As pessoas podem não ser capazes de fazer contato visual ao falar, ou não possuir as inflexões típicas e os gestos que coexistem com uma conversa normal. Isso muitas vezes leva a um afastamento de situações e atividades sociais, particularmente em jovens-adultos que estão a desenvolver esquizofrenia e que, muitas vezes, têm delírios mais fortes.

Quando se trata de violência associada à esquizofrenia, isso é outra parte que é absolutamente falsa. De acordo com a Aliança Nacional da Doença Mental, a maioria dos esquizofrénicos não são violentos, a violência só entra na equação quando está ligada a outras questões como abuso de álcool ou drogas.

E mesmo que a esquizofrenia seja muitas vezes associada a ter múltiplas personalidades, o transtorno dissociativo de identidade é uma coisa muito diferente.

No DID, as múltiplas personalidades fixam-se num único indivíduo, geralmente sem a pessoa estar ciente de que há algum problema. Pode haver apenas duas personalidades diferentes ou 100, mas a média é em torno de 10. Geralmente, a pessoa sofre de desmaios e perda de tempo, sem que haja qualquer outra indicação de que haja algo de errado ou que estejam a agir sob uma outra personalidade ou identidade.

As pessoas diagnosticadas com DID, muitas vezes também sofrem de alguns dos mesmos sintomas que esquizofrénicos, como alucinações e delírios. Também podem sofrer de problemas de memória ligados aos seus apagões, bem como dores de cabeça, confusão e desorientação.

DID muitas vezes é desencadeada em indivíduos que sofreram um trauma enorme na infância, como o abuso. As personalidades dividem-se como um caminho para a criança a lidar com o stresse e o trauma, permitindo-lhes fingir que estava a acomtecer com outra pessoa. A idade-média para este sintoma é de cerca de seis anos de idade. Por outro lado, ninguém está completamente certo do que desencadeia o desenvolvimento da esquizofrenia, embora já fosse sugerido que tenha algo a ver com a genética.

Também é importante frisar que não há um transtorno de personalidade chamado transtorno de personalidade esquizóide. Isso é outra coisa. As pessoas diagnosticadas com esta doença têm dificuldade em relacionar-se com outras, preferem ficar sozinhas a estar na companhia de outras pessoas e são completamente desinteressadas e indiferentes à atenção dos outros.



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